Apontado como uma das grandes alternativas para a melhorar a mobilidade urbana em São Luís, o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pode sofrer adaptações e passar a utilizar a estrutura de trilhos da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), no trecho entre os bairros Tirirical e Estiva. A proposta já é estudada pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e pode ser implementada caso o governo federal não aprove o projeto entregue no último dia 23.
“O projeto do VLT foi entregue no dia 23 ao Ministério das Cidades, que vai em direção ao Anjo da Guarda. Lógico que o município não tem a capacidade de investimento para fazer uma obra desse porte e por isso estamos nos valendo dos recursos disponíveis pelo Ministério”, disse o titular da SMTT, Carlos Rogério Araújo. Segundo o gestor, o projeto está orçado em aproximadamente R$ 150 milhões.
Inicialmente o VLT seria implantado entre o Centro e o Anjo da Guarda, em um trecho de pouco mais de aproximadamente dez quilômetros. Uma parte final chegou a ser criada, atrás do Terminal de Integração da Praia Grande, mas foi desmontada após a Secretaria Municipal de Meio Ambiental (Semmam) cancelar o licenciamento ambiental da obra, alegando supostas irregularidades em sua concessão. Sem uso, os dois vagões principais foram transportados para um galpão da Empresa Transnordestina.
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Caso não haja uma contrapartida do governo federal, a saída então seria adaptar o projeto, atendendo inicialmente bairros localizados entre o Tirirical e a Estiva. “Essa outra alternativa está mais a altura do município, que é nós fazermos a utilização da infraestrutura já existente da antiga RFFSA, no trecho Tirirical-Estiva. Com uma pequena melhoria no sistema de trilhos já implantado, conseguiremos fazer a utilização daquele trecho de 24 quilômetros, colocando o VLT à disposição daquelas comunidades que estão no eixo da BR-135, o que será um ganho”, argumentou.
Segundo o secretário, o novo trecho seria escolhido por atender a uma demanda significativa. “Este projeto, na primeira etapa, vai até a Odilo Costa Filho, no Anjo da Guarda. Na segunda, até o Porto do Itaqui. Estamos com o olhar voltado também para esta questão do porto da cidade, que possui uma importância econômica fundamental para São Luís, porque é próximo a uma região onde há um grande adensamento de pessoas e que também possui uma população flutuante muito grande, devido às empresas que estão instaladas por lá”, afirmou.
Outro argumento utilizado pelo gestor para justificar a adaptação seria um incentivo do governo federal. Diga-se de passagem, o próprio governo federal, através da ANTT, incentiva que se faça isso, que não se fique com essa infraestrutura ferroviária sem utilização adequada. Isto já é feito em Fortaleza, Sobral e Maceió, que operam desta forma, com o VLT em cima da linha ferroviária existente da antiga RFFSA”, finalizou.
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