A 3ª Vara de Fazenda Pública determinou nesta quarta-feira que o governo do estado e a Central, empresa que administra os bondinhos de Santa Teresa, devem restaurar em 60 dias as composições que precisam de reforma. Além disso, foi determinado o prazo de 120 dias para a restauração da oficina de bondes, dos cabos suspensos de energia, dos trilhos e do gradil dos Arcos da Lapa.
A Justiça já havia determinado a reforma do sistema de bondes por meio de uma Ação Civil Pública de 2008, mas o Executivo estadual recorreu, e o processo original está aguardando julgamento no Tribunal de Justiça.
Na terça-feira, o diretor da comissão de intervenção do bondes de Santa Teresa, Rogério Onofre, e o secretário estadual da Casa Civil, Régis Fichtner, entregaram o relatório com o diagnóstico do sistema ferroviário de Santa Teresa ao novo presidente da central, Eduardo Macedo . O documento de três mil páginas aponta as necessidades de intervenção que utilizarão R$ 31 milhões em recursos até ano que vem.
– Precisa-se de tudo nos bondes – disse Onofre, que deixa a comissão que acaba nesta terça.
Já Fichtner admitiu a culpa do governo em não revitalizar os bondes.
– Aprendemos com nosso erros. Isso deveria ter sido parado há um tempo – afirmou.
A precariedade do sistema de bondes já havia sido verificada durante um trabalho da Comissão Especial de Trânsito de Santa Teresa ao longo de seis meses. Os vereadores constataram o abandono de equipamentos após visitas às garagens dos bondes, em companhia de engenheiros especialistas. De acordo com o relatório, era comum os mecânicos pegarem peça de um trem para colocar em outro, o que acaba sucateando os veículos. O relatório foi publicado em Diário Oficial em fevereiro de 2011, ou seja, seis meses antes do acidente com o bonde de Santa Teresa ocorrido no último dia 27 de agosto, quando seis pessoas morreram e 57 ficaram feridas.
Os bondes de Santa Teresa só voltarão a funcionar em um ano, conforme reportagem do GLOBO . A estimativa foi dada por Rogério Onofre, escolhido pelo governador Sérgio Cabral para reestruturar o sistema. A decisão já havia sido anunciada após resultado do levantamento preliminar sobre as condições dos bondes.
Já a precariedade do gradil dos Arcos da Lapa chamou a atenção após o acidente com um turista francês que despencou de um bondinho no monumento, no mês de junho . Na época, segundo testemunhas, Charles Damien Pierson, de 24 anos, viajava no estribo do trem quando escorregou e caiu de uma altura de aproximadamente 15 metros. No local onde Pierson caiu, havia um buraco no gradil, assim como em vários outros trechos do trajeto. Segundo a secretaria estadual de Transportes, a morte do turista aconteceu dias antes do início das obras de recuparação dos arcos.
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