‘Falta de interessados não muda nossa disposição’

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, espera preços “factíveis” para os pedágios das rodovias que serão concedidas. Nem valores muito altos, como os das estradas privatizadas nos anos 1990, nem tarifas tão baixas como na segunda etapa de concessões, no fim dos anos 2000. “Agora, procuramos um modelo mais equilibrado”, disse Gleisi ao GLOBO. No caso das ferrovias, Gleisi percebeu grande interesse dos chineses, quando viajou para lá, no mês passado, mas alertou que eles terão de respeitar limites mínimos de conteúdo local e contratar operários aqui.


A falta de interessados no leilão da BR-262, uma das primeiras do Programa de Investimento em Logística (PIL) do governo, acende alerta quando à atratividade dos projetos?
Temos de ter tranquilidade para avaliar essa situação. A BR-262 é uma rodovia que, na percepção geral, tinha atratividade e solicitação do mercado para que fizesse parte dos primeiros lotes. Isso não muda nossa disposição e prioridade para o programa de concessões.


As mudanças no modelo de leilão ao longo do último ano, desde o lançamento do PIL, foram suficientes para atrair investimentos de qualidade?


O modelo que queríamos tinha de ser mais eficiente do que os que tivemos no passado. A primeira etapa de concessões de rodovias foi pouco benéfica ao país e ao deslocamento das pessoas, porque tornou muito caro esse deslocamento. Foi uma concessão feita com o objetivo de arrecadar. Na segunda leva, radicalizamos ao contrário, ou seja, conseguimos preços muito baixos, mas não condensamos os investimentos em um período de tempo que pudesse mostrar o benefício ao usuário. O pedágio foi barato, e as empresas não conseguiram investir no tempo preciso. Agora, procuramos um modelo mais equilibrado, com concentração de investimento, preço justo e condições de o contrato ser mantido. Queremos que o resultado seja factível do ponto de vista dos investimentos e da capacidade de pagamento do usuário e que o impacto nos custos de produção seja o menor possível.


Por que o governo teve de mudar tanto as regras propostas inicialmente?


Recebemos muitas críticas de que premissas eram muito ajustadas, que éramos intervencionistas. O papel do governo é buscar o equilíbrio. Você não pode ter empreendimento que não dê ao investidor garantias do seu retorno ou que dê ao usuário uma estrada que não possa pagar. Achamos que valia mais a pena discutir e equilibrar do que correr contra o tempo e colocar para licitação algo que não tivesse consistência.


As mudanças foram suficientes para atrair investidores para ferrovias?


Não somos um país que tenha cultura em ferrovias. Como rodovias são mais conhecidas, abriu mais o apetite dos investidores e construtores. Mas contamos com investidores daqui e também de fora. Estamos procurando seguir o calendário, a despeito até de muitos pedidos de que esperemos.


A edição de uma Medida Provisória para reformar a Valec vai atrapalhar essas concessões, na visão de analistas.


A reestruturação da Valec não tem a ver com o investimento na infraestrutura. Tanto que pensávamos em fazer essas alterações depois. Antecipamos porque havia muita dúvida se a Valec poderia ter condições de dar a garantia que terá de dar ao mercado. Ela tem um histórico ruim, com muitos problemas, então, não tem credibilidade nesse sentido. Vamos deixar claro qual o papel novo da Valec e mostrar que ela poderá operar com déficit até as ferrovias estarem plenamente equilibradas economicamente.


No mercado, comenta-se que a China tem interesses em corredores inteiros de exportação, que podem comprar tudo e até trazer para cá trabalhadores, como ocorreu na África.


Os chineses, eu estive lá, demonstraram muito interesse em ferrovias. Eles têm 100 mil quilômetros de ferrovias de alta tecnologia, com engenharia e empresas capacitadas. Eles querem vir, mas sabem que temos regras, como conteúdo nacional. Não vai ser tudo chinês. Além disso, operários nós nunca vamos aceitar. Obviamente que você pode aceitar um nível de profissional mais especializado, como engenheiros, até porque temos carência de profissionais nessa área. Mas isso será feito com muito critério.


Este é o principal momento econômico do governo da presidente Dilma Rousseff?


Eu não tenho dúvidas de que as concessões serão um legado e uma das marcas desse governo. Ela avaliou que o Estado brasileiro não daria conta sozinho de satisfazer todas as demandas necessárias da infraestrutura do país e que precisaríamos contar com recursos e capacidade de gestão da iniciativa privada.


Vai ser possível fazer tantas concessões em tão pouco tempo, conforme prometido?


Pode ser um programa audacioso, mas é necessário e ainda está aquém das nossas necessidades. Temos de fazer o que é necessário no menor prazo de tempo.

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