A presidente Dilma Rousseff lamentou nesta quinta-feira a rejeição no Senado pela recondução de Bernardo Figueiredo para direção geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas disse respeitar a decisão, segundo o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann. O governo vai enviar outro nome para avaliação dos senadores, no entanto, ainda não estabeleceu um prazo para essa indicação.
Até que o sucessor de Figueiredo seja escolhido e aprovado, fica no cargo o interino, Ivo Borges.
– A presidenta lamenta a rejeição, mas respeita a decisão do Senado. E o governo vai, eventualmente, enviar um outro nome para avaliação do Senado – afirmou Traumann.
A rebelião da base do governista, liderada pelo PMDB, produziu a primeira derrota para o governo no Senado neste ano. Bernardo trabalhou diretamente com Dilma na Casa Civil e era responsável por tocar o trem-bala.
Governo ganha tempo para reavaliar outras duas reconduções
O governo ganhou, nesta quinta-feira, um prazo para reavaliar as indicações de recondução de dois diretores da ANTT na Comissão de Infraestrutura do Senado. Para evitar uma nova derrota do governo, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chegou a pedir a retirada de pauta dos pedidos de recondução. A presidente da comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), afirmou que não seria lido o requerimento do diretor Hederventon Andrade Santos, porque o relator, senador Valdir Raupp (PMDB-RO) não estava presente, mas que não seria possível evitar a leitura do relatório do outro pedido de recondução, a do diretor Mário Rodrigues Junior, pois o relator, senador Vicentinho Alves (PR-TO) estava presente na sessão.
O relatório de Vicentinho Alves foi lido, mas houve pedido de vista coletivo e a questão só voltará à pauta daqui a uma semana. Segundo Lúcia Vânia, neste período o governo poderá avaliar as indicações e até trocar os nomes, se desejar. A senador afirmou que, ao contrário do que ocorreu ontem no plenário do Senado, a indicação de Bernardo Figueiredo na comissão contou com o apoio majoritário dos integrantes, com 16 votos a favor e apenas um contrário, do senador Roberto Requião (PMDB-PR). No dia da sabatina de Figueredo, Requião apresentou as contestações à indicação e ela encaminhou as diligências ao Ministério Público.
Mas não havia coisa definitiva contra o diretor, tanto que foram 16 votos a favor. A sabatina foi dura, com vários questionamentos, mas o diretor respondeu a todos. A decisão do plenário foi política – disse Lúcia Vânia, acrescentando:
Com o pedido de vista, o governo terá agora uma semana para reavaliar a questão e trocas os nomes, se achar necessário.
Líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA) afirmou que o governo ainda não deu orientações de como irá agir em relação às outras indicações da ANTT. Que o pedido feito na comissão por Lindbergh foi mais uma tática legislativa, para tentar ganhar tempo. Para Pinheiro, a votação que derrotou a indicação de Bernardo Figueiredo mostra que há problemas na interlocução entre o governo e o PMDB.
A rebelião da base do governista, liderada pelo PMDB, produziu a primeira derrota para o governo no Senado neste ano. Bernardo trabalhou diretamente com Dilma na Casa Civil e era responsável por tocar o trem-bala. Integrantes da base aliada avaliaram que o resultado reflete a insatisfação dos senadores com o governo.
A reprovação de Figueiredo aconteceu quarta-feira, em uma sessão que teve 36 votos contra o nome escolhido por Dilma 31 a favor e uma abstenção.
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