*Ayrton Camargo e Silva, arquiteto e urbanista, é mestre pela PUC-Campinas/SP e dirigiu a Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP).
Dos mais de 180 sistemas de metrô em operação hoje no mundo, merecem destaque pela sua extensão e demanda transportada os metros de Xangai, com 423 km de extensão, 279 estações e 3,56 milhões de passageiros transportados por dia; Londres, com 402 km, 270 estações e aproximadamente 3 milhões de passageiros por dia; e Nova Iorque, com 368 km, 468 estações e 4,33 milhões de passageiros por dia.
O metrô de Moscou possui 306 km, 185 estações e transporta 6,55 milhões passageiros por dia; Tóquio, com 304 km e 290 estações, transporta 8,7 milhões de passageiros por dia; Madri tem 286 km, 282 estações e 1,78 milhões de passageiros por dia e Paris com 215 km, 381 estações e 4 milhões de passgeiror por dia.
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O metrô de São Paulo, com apenas 74,3 km de rede, transporta diariamente mais de 3,2 milhões de passageiros, situando-se entre os mais densos do mundo.
Dentre os sistemas pioneiros, Londres merece destaque sobretudo pelos desafios construtivos, pela rápida expansão de sua rede, que por anos foi a mais extensa do mundo e pela invenção de novos métodos construtivos de escoramento dos túneis durante sua construção. Durante a Segunda Guerra, a rede de metrô de Londres cumpriu um importante papel, servindo como abrigo anti-aéreo durante os bombardeios da aviação nazista. Algumas estações desativadas converteram-se em museu, caracterizadas como refúgios da população londrina.
Os metrôs pioneiros em geral foram implantados em grande parte no subsolo de grandes avenidas,concebidos para substituir linhas de bonde que operavam na superficie, daí seu pequeno porte. Implantados em pouca profundidade, com túneis escavados ao ar livre, ocuparam boa parte da extensão das avenidas, que depois das obras foram totalmente recompostas. Seus acessos em geral são por escadas fixas, e as estações são em geral constituídas apenas por uma bilheteria e pela linha de bloqueios, sem existência de mezanino para realizar transferência em área paga para a plataforma do sentido contrário da via.
Exemplo de metrôs com esse tipo de implantação são as belas linhas 1-Amarela do metrô de Budapeste, totalmente restaurada em suas condições originais; a linha A-Celeste do metrô de Buenos Aires, que ainda possui varias estações originais, bem como sua frota, composta por composições de madeira; e a linha 3 do metrô de Barcelona, no trecho sobre as Ramblas. Muitos metrôs pioneiros implantaram trechos de suas vias em elevado, como os metrôs de Nova Iorque, Berlim e Paris. Este último contou em seu projeto com a participação do arquiteto Hector Guimard, que concebeu no estilo art nouveau as belíssimas estruturas metálicas de proteção e sinalização dos acessos de inúmeras estações da rede, que acabaram por se transformar em símbolo da cidade de Paris.
Palácios para o povo
Dentre os sistemas que transformaram suas estações em verdaderias obras de arte está o metrô de Moscou, do qual Stálin teria dito que suas estações seriam “palácios para o povo”.
Cada estação possui uma solução arquitetônica unica, com pisos decorados em mosaicos, paredes revestidas com mármores e vitrais, dotadas de esculturas representando etapas da história do país, ilumindas por candelabros e arandelas especiais.
Mais recentemente, alguns metrôs têm transformado suas estações em espaços de arte, seja para a exibição de obras de artistas, como de Bruxelas ou o de Estocolmo, cujas estações são verdadeiras obras de arte desde a concepção estrutural.
O crescimento mais impressionante é creditado ao metrô de Xangai, na China. Seu primeiro trecho foi inaugurado em 1995. Com apenas 17 anos de operação, superou a extensão da rede de Londres, até então a maior do mundo, e que levou quase 150 anos para implantar 402 km.
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