O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, disse ontem que os problemas na operação do metrô só devem ser completamente resolvidos no dia 22 de fevereiro, depois do carnaval. Segundo ele, essa foi a informação que recebeu da concessionária, que deu este prazo para o funcionamento pleno de um sistema de sinalização de saída dos trens do pátio de manutenção para as linhas 1 e 2.
O presidente do Metrô Rio, José Gustavo de Souza Costa, está na China tentando agilizar a entrega dos 114 carros que formarão 19 composições. Depois de admitir que o sistema piorou com a integração das linhas 1 e 2, a empresa diz que o serviço já melhorou: – As pessoas viveram um tempão reclamando de superlotação.
Tivemos 20 dias de operação pior do que antes, mas agora o serviço está regular, com cerca de seis minutos de intervalo, mas com ligação direta até Botafogo para passageiros da Linha 2. Para a Linha 1, são composições de cinco carros, mas sem disputar espaço com 200 mil pessoas que faziam baldeação no Estácio – disse Joubert Flores, diretor de Relações Institucionais do Metrô Rio, que espera que, aos poucos, os usuários percebam melhorias.
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Uma audiência pública será convocada pelo presidente da Comissão de Transportes da Alerj, deputado Marcelo Simão (PSB), para cobrar explicações sobre os problemas no metrô. Segundo ele, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) poderá ser aberta se os problemas persistirem: – Vou marcar uma nova audiência pública. Se não resolver nada, vamos ter que abrir uma CPI direcionada ao metrô para entrar lá e ver o que está acontecendo – disse Simão.
A falta de resposta da agência estadual que fiscaliza o metrô (Agetransp) – que não emitiu multa ou parecer sobre os problemas enfrentados desde o final do ano passado -, também foi criticada por deputados e especialistas em trânsito: – O governador, ao dizer que não era agência reguladora, colocou de novo no centro da questão a omissão da Agetransp.
Não houve qualquer sanção ou satisfação para o público. A população levou gato por lebre: o estado deu mas 20 anos para a empresa operar o sistema em troca de uma obra que piora o metrô – disse o deputado estadual Alessandro Molon (PT).
O engenheiro de transportes Fernando Mac Dowell também criticou a Agetransp? – Agora, está tudo errado. Vai ter que andar para trás. O certo é seguir o projeto original levando a Linha 2 do Estácio até a Carioca.
A Agetransp não informou quando concluirá os processos abertos para apurar as falhas do metrô.
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