O investimento em infraestrutura de transporte na Colômbia vai superar 40 bilhões de dólares nos próximos 10 anos e quase um terço disso virá do setor privado, disse o ministro dos Transportes, Germán Cardona.
A frágil infraestrutura é considerada como o principal gargalo do país, quarto maior produtor de petróleo da América Latina, o quinto de carvão e o quarto de café no mundo.
“É um investimento de longo prazo, estamos falando de mais ou menos 10 anos em todos os setores, o fluvial, o férreo, o aeroportuário, todos que têm a ver com infraestrutura”, disse Cardona em entrevista nesta terça-feira durante o Reuters Latin American Investment Summit.
A Colômbia desfruta do ressurgimento do investimento estrangeiro, especialmente no setor de hidrocarbonetos e de mineração, graças à política de segurança interna iniciada em 2002 pelo ex-presidente Alvaro Uribe com apoio dos Estados Unidos. O atual presidente Juan Manuel Santos mantém essa estratégia.
Mas as condições ruins das estradas, o desenvolvimento baixo das ferrovias e a capacidade limitada dos portos são os principais obstáculos para melhorar as exportações do país e aproveitar as oportunidades de mercados importantes como o asiático para a exportação de petróleo e carvão.
Segundo o ministro colombiano, o país lançará em um mês licitações para obras no setor de transportes de mais de 1 bilhão de pesos (532 milhões de dólares).
Antes do fim deste ano, por exemplo, a Colômbia deve iniciar a licitação para ampliação e construção da Ferrocarril Central, com mais de 800 quilômetros de extensão, assim como do Tren del Carare, obras que serão feitas por meio de concessões.
Ainda conforme Cardona, a China tem expressado um grande interesse em obras como a ampliação da ferrovia de Carare, a estruturação e construção de uma grande ferrovia na região oeste do país e um “canal seco” que uniria o Pacífico colombiano com o Atlântico.
A França e a Espanha também têm manifestado interesse nos projetos de infraestrutura da Colômbia, de acordo com o ministro.
O ministro também disse que o governo planeja se manifestar em junho sobre os planos para a construção de uma linha férrea paralela de 226 quilômetros a que é operada pela Fenoco, cujos acionistas são Prodeco (unidade da Glencore), Drummond, Vale e uma unidade colombiana do Goldman Sachs. Essa linha é usada basicamente para transportar carvão.
Seja o primeiro a comentar