União reduz outorga no leilão do TAV

Para tornar o trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas mais atrativo a investidores privados, o governo baixará o valor mínimo de outorga no leilão do projeto, cujas propostas têm data de entrega prevista para o dia 13 de agosto. Na prática, a União deverá abrir mão de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões no lance inicial do trem-bala, a fim de aumentar a taxa de retorno ao setor privado.


Pelas regras do edital, haverá cobrança de pelo menos R$ 70,31 por trem-quilômetro. Ou seja, cada composição deverá pagar esse valor ao governo por quilômetro percorrido. Ao longo dos 40 anos de concessão do empreendimento, isso significa um desembolso perto de R$ 27 bilhões, segundo o preço de referência do leilão.


Para permitir uma taxa de retorno maior aos acionistas, o valor mínimo será reduzido para cerca de R$ 65 por trem-quilômetro, antecipa o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Se não houver ágio no leilão, o montante total a ser pago pela futura concessionária ficará entre R$ 24 bilhões e R$ 25 bilhões.


“É um ajuste necessário para melhorar a taxa interna de retorno”, afirma Figueiredo. A TIR do trem-bala foi fixada, no edital, em 6,32%. De acordo com o executivo, a revisão do valor mínimo de outorga permitirá aumentar o retorno aos investidores privados para 7,2% ao ano, no mínimo. Essa foi a taxa estabelecida pelo governo para o leilão de rodovias.


A mudança deverá ocorrer nos próximos dias. Para não atrapalhar o cronograma do leilão, novas alterações no edital precisam ser feitos com pelo menos 45 dias de antecedência, o que dá uma margem apertada ao governo: esse prazo vence em 20 de junho.


No primeiro leilão, cujo resultado será conhecida apenas em setembro, define-se o operador do trem de alta velocidade e quem fornecerá a tecnologia do empreendimento. O dinheiro da outorga financiará as obras de infraestrutura, que serão contratadas em 2014, por meio de uma licitação internacional. A necessidade de investimento na construção da ferrovia, que deverá ter cerca de 80 quilômetros de túneis, ainda não é conhecida e depende da tecnologia vitoriosa no leilão. Mas as grandes empreiteiras brasileiras já avaliavam como pouco provável que os R$ 27 bilhões estimados pela outorga pudessem bancar integralmente a infraestrutura do trem-bala.


Para aumentar as receitas do projeto, Figueiredo diz que o governo fará a exploração imobiliária dos terrenos no entorno das futuras estações. A permissão para que incorporadoras desenvolvam projetos de condomínios e centros comerciais nas imediações deverá render de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões, segundo Figueiredo, recorrendo a estimativas feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse dinheiro ajudará a fechar a conta da construção da infraestrutura. “Não tenho nenhuma dúvida de que, quando entrar em operação, esse trem vai bombar”, entusiasma-se o presidente da EPL. Sua inauguração está prevista para 2019.


Figueiredo antecipa outra definição tomada pelo governo: a futura estação paulistana do trem-bala ficará mesmo no espaço atualmente ocupado pelo aeroporto do Campo de Marte, na zona norte. Ele diz que o martelo já foi batido com a Prefeitura de São Paulo. “É onde, do ponto de vista municipal, cria-se um novo vetor de desenvolvimento”, diz.


Com isso, o Campo de Marte deixará de receber operações da aviação executiva, passando a servir estritamente para helicópteros. No ano passado, o aeroporto registrou 144 mil movimentos (pousos e decolagens). Como estação do trem-bala, ele perde boa parte de suas funções, já que o pátio de manobras requer um espaço considerável. A ideia original da União, nas primeiras tentativas de licitar o projeto, era de fato usar o Campo de Marte.


A equipe do governador Geraldo Alckmin (PSDB) queria a futura estação no bairro da Água Branca, onde está prevista uma espécie de “hub” metroferroviário na cidade. Ali deverá funcionar o ponto de partida do trem regional São Paulo-Jundiaí e uma das principais paradas da linha 6-laranja do metrô, com licitação em andamento. Depois de muita discussão, essa alternativa foi rejeitada pela União, que tem a prerrogativa de definir o local da estação. Para Figueiredo, a Água Branca já é uma região excessivamente adensada.


O presidente da EPL, que tem se encontrado com investidores interessados no trem-bala, aponta três grupos como favoritos no leilão: os espanhóis (liderados pela Renfe e pela Talgo), os franceses (sob comando da Alstom e da SNCF) e os alemães (capitaneados pela Siemens). Japoneses, coreanos e italianos também demonstraram interesse no leilão.


Com a redução no valor mínimo de outorga, aumenta a atratividade do projeto, ressalta Figueiredo. Ao custo de R$ 70,31 por trem-quilômetro, uma viagem do Rio de Janeiro a Campinas vai requerer desembolso em torno de R$ 35 mil para o futuro concessionário responsável pela operação. Para pagar essa viagem, ele deverá colocar pelo menos 175 passageiros em cada composição, ao valor-teto de R$ 200 por bilhete em classe econômica. Tendo que desembolsar menos, a margem do futuro concessionário tende a aumentar.


Nas próximas semanas, a EPL deverá concluir a licitação para contratar a empresa responsável por gerenciar o projeto executivo do trem-bala. Um consórcio formado pela francesa Egis, que administra o aeroporto de Viracopos, apresentou o melhor preço. Oito consórcios apresentaram propostas, que variaram de R$ 74 milhões a R$ 118,95 milhões. Além do preço, a EPL fará análise da documentação jurídica e técnica. Por isso, o vencedor pode não ser o que ofereceu o menor lance. Não há data para o resultado da licitação.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*



0