O transporte ferroviário no Estado luta contra um inimigo histórico para se desenvolver: o modelo concebido no século 19, ainda em vigor. Por isso, a ampliação da malha ferroviária pode ser considerada como um dos grandes desafios para que esse modal passe a ser mais utilizado pelas empresas da região e, quem sabe, mudar o status quo desse transporte, deixado de lado pelo País, onde o transporte é basicamente rodoviário (92%). Uma esperança para o setor é a construção da Ferrovia Litorânea, que interligará a malha ferroviária da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) ao restante da nacional. O trecho de 236 quilômetros a ser construído irá de Imbituba até Araquari, e deve custar, segundo estimativa da FTC, cerca de R$ 448 milhões. O edital de licitação deve ser reapresentado em 19 de dezembro desse ano. A empresa vencedora da concorrência terá dois anos para elaborar o projeto. Essa interligação com a malha nacional consistirá em uma outra opção de transporte para os exportadores e importadores.
Para Benony Schmitz Filho, diretor-presidente da FTC, há que se pensar agora na melhoria não apenas do transporte ferroviário, mas de toda a infra-estrutura do Sul do Estado, para evitar mais gargalos no futuro. Para se ter uma idéia, a previsão é que até 2030 o volume de cargas transportadas pela BR-101 aumente três vezes. Schmitz afirma que não há mais possibilidades de prospectar o futuro sem a utilização de todos os modais. Para ele, a falta de uma infra-estrutura adequada vem impedindo a região Sul do Estado de crescer. “O Norte do Estado possui aeroportos, BR-101 duplicada, ferrovia e portos. A diferença é grande. E se você tem dinheiro, vai investir onde tem opção para escoar os produtos”, diz.
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