A venda da ferrovia Novoeste pela Brasil Ferrovias, prevista para ocorrer até o final do mês, deve criar uma rota alternativa ao Canal do Panamá, que liga o oceano Atlântico com o Pacífico.
Um alto executivo da Brasil Ferrovias confirma o interesse de compra da Novoeste pelo consórcio coreano liderado pela Asila (Asia Latin Marketing Center), pelos chineses da Jiancsu Zhongye Iron & Steel, pela boliviana Ferrovia Oriental, e pelos brasileiros da ALL (América Latina Logística) e do grupo sucro-alcooleiro Equipav.
Bioceânica
O grande interesse pelos trilhos de bitola estreita da Novoeste se justifica porque ela percorre o trecho entre Corumbá e Ponta-Porá (MS) a Mairinque (SP), ou 1.821 km, e depois os 150 km restantes até Santos são compartilhados com a Ferroban.
Com a compra e reforma será possível a ligação até o Pacífico no Chile pela Ferrovia Oriental, na fronteira do Brasil com a Bolívia. No total a ligação bioceânica teria cerca de 4 mil km.
“Ficamos felizes com o interesse pela Novoeste, a ligação entre os oceanos faz parte de um projeto de desenvolvimento estratégico e logístico para o Brasil”, diz o presidente da Brasil Ferrovias, Elias Nigri.
No entanto, um dos interessados, o consórcio Asila avalia que serão necessários 10 anos e US$ 70 bilhões para viabilizar o transporte ferroviário entre os oceanos.
Segundo o diretor do Sindicato dos Ferroviários, Roque Ferreira, sem manutenção desde a privatização hoje os trens na Novoeste rodam só de 5 a 10 km por hora.
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