Maggi critica e veta campanha pró-Ferronorte
O governador Blairo Maggi deixou claro ontem, durante reunião com os representantes da Brasil Ferrovias, ser contrário a qualquer iniciativa da sociedade mato-grossense visando arrecadar dinheiro para a realização do EIA/Rima (Estudo/Relatório do Meio Ambiente) no trecho compreendido entre Rondonópolis e Cuiabá. O montante dos recursos para realizar este trabalho é estimado em R$ 2 milhões.
“É claro que, em qualquer lugar do mundo, R$ 2 milhões é muito dinheiro. Mas, se considerarmos o tamanho da obra, o quanto já foi aplicado até agora e o que o governo do Estado está concedendo em termos de incentivos fiscais à Ferronorte, é uma quantia insignificante. Realmente, chega a ser até ridículo”, critica Maggi.
Ele fez a afirmação após tomar conhecimento de que está sendo articulada uma campanha para arrecadar dinheiro para a Ferronorte. “É uma vergonha que ainda tenhamos que tirar um dinheiro que seria investido em nosso município para pagar o EIA/Rima. Esta é uma obrigação da Ferronorte, que está sendo amplamente beneficiada pelo governo do Estado”, reafirma.
Segundo ele, não é responsabilidade da iniciativa privada ou do Fórum Pró-Ferrovia buscar solução para a Ferronorte. “Por enquanto [a suspensão da campanha] é apenas um pedido. Se for preciso, vai ser uma exigência minha, pessoal”, alerta o governador.
R$ 475 MIL – De acordo com o coordenador do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, a campanha consiste na arrecadação de dinheiro oriundo de emendas parlamentares da Câmara de Vereadores e da Assembléia Legislativa, além de uma ajuda direta da Prefeitura de Cuiabá. Até agora, já teriam sido arrecadados R$ 475 mil, relativos às emendas de cada um dos 19 vereadores, no valor individual de R$ 25 mil.
Além dessa verba, cada deputado estadual estaria disposto a abrir mão de R$ 50 mil referente a emendas parlamentares, o que somaria outros R$ 1,2 milhão à campanha. O restante (R$ 325 mil) seria repassado pela Prefeitura de Cuiabá.
Vuolo informou que irá atender ao pedido do governador. “Vamos suspender temporariamente a campanha e aguardar o posicionamento da Ferronorte. Depois vamos decidir o que fazer”.
Ferronorte busca sócios para retomar obra
O presidente da Ferronorte, Elias Nigri, informou que diante do comprometimento da holding Brasil Ferrovias em definir imediatamente o traçado e os estudos de impacto ambiental da ferrovia, a sua empresa buscará alternativas para viabilizar a retomada e conclusão do projeto. As obras da Ferronorte encontram-se paradas desde 2003 em Alto Araguaia (460 km de Cuiabá) por falta de recursos.
Uma das alternativas, segundo o presidente da Ferronorte, Elias Nigri, será buscar parcerias com a iniciativa privada. “Estamos em busca de sócios para que possamos otimizar o andamento das obras e reduzir os nossos prejuízos. Investimos mais de R$ 700 milhões até agora e não tiramos sequer um centavo de lucro”, justifica.
Nigri informou que para a ferrovia chegar até Cuiabá são necessários mais R$ 1,2 bilhão. Deste total, R$ 700 milhões serão injetados no trecho de 260 quilômetros entre Alto Araguaia e Rondonópolis e, o restante (R$ 500 milhões), no trecho Rondonópolis-Cuiabá.
“O desafio é montar uma equação financeira que viabilize a retomada das obras a partir de parcerias com o setor privado. E é isso que iremos buscar a partir de agora para tirarmos esta ferrovia definitivamente do papel”, assegura Nigri.
O presidente do Conselho de Administração da Brasil Ferrovias, Guilherme
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