Em recente intervenção pública, quando abordou as ações que a Municipalidade se propõe realizar no contexto da Mobilidade Urbana, o prefeito Wilson Santos (PSDB) se manifestou contra uma das principais obras já planejadas, dentro do projeto de infraestruturura básica para a Copa de 2014, em Cuiabá.
Trata-se do metrô de superfície. Ao analisar a obra, o prefeito se revelou enfático ao dizer que os altos custos da obra e, principalmente da tarifa, tornam inviável, pelo menos nesse momento, a construção de um metrô de superfície. Ou, ainda, a implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Santos acredita que, nesse momento, o ideal é que se busquem alternativas mais baratas para suprir as deficiências no transporte público da capital, assinalando para o tradicional transporte urbano, com ônibus coletivo.
O prefeito não discordou que o VLT – que, por sinal, existe em algumas cidades de porte médio, como Teresina, capital do Piauí – seja uma boa alternativa, diante dos muitos gargalos no transporte municipal. Mas, lembrou que esse sistema não seria uma solução imediata. Ele até comparou o fato de que Curitiba (PR), uma das principais cidades brasileiras, por exemplo, tem dois milhões de habitantes, mas não tem metrô, tampouco o VLT.
Ao defender o que chama de “solução realista”, o prefeito contabilizou os custos de uma obra desse porte: um quilômetro do VLT, que é mais barato que o metrô, custa, em média, R$ 30 milhões; entre Cuiabá e Várzea Grande, onde se localiza o aeroporto internacional, seriam necessários, pelo menos, 30 km de trilhos; a soma desses fatores remete a uma quantia total de R$ 1,8 bilhão. Ademais, o custo da passagem não ficaria inferior a R$ 15.
Apesar da inviabilidade pregada pelo prefeito, o projeto do VLT integra parte das propostas de melhoria no transporte na Capital, apresentadas pelo Governo ao Ministério das Cidades. O projeto prevê a construção de um corredor de 11,5 Km com VLT, ao custo de R$ 1,9 bilhão, incluindo quatro corredores de ônibus com 57,5 km, viadutos, pontes e um túnel. Além disso, estão projetadas a ampliação e duplicação de avenidas. O valor estimado é de R$ 600 milhões.
No mesmo ritmo, a Assembléia Legislativa prega a viabilidade do VLT e/ou metrô de superfície, tendo, inclusive, promovido uma audiência pública, com especialistas. No momento em que o governador Blairo Maggi defende um esforço conjunto para viabilizar as obras do projeto Copa 2014, o prefeito Wilson Santos caminha na contramão.
Afinal, ele condena soluções que se apresentam como práticas, mas insiste em bater na tecla de melhorias no atual sistema de transporte urbano, sem que os projetos – já em seu segundo mandato – saiam do papel. O monopólio do sistema de ônibus coletivo, ao que parece, só interessa mesmo aos empresários do setor.
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