As obras efetivas da Ferrovia Transnordestina vão começar um mês após o anúncio oficial do início dos trabalhos, em 6 de junho, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a Missão Velha, no Ceará, para a solenidade. A previsão da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) é que as máquinas só comecem a operar na primeira semana deste mês. Até agora, só houve a preparação para o início das obras, da instalação do canteiro de obras – que está em andamento desde a última semana de junho – à liberação da licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
No Ibama, a licença de instalação da ferrovia impõe 21 termos condicionantes à obra, que são requisitos para a construção da estrada de ferro. Entre eles, está a instalação de projetos ambientais na área. Sobre essas pendências, o diretor da CFN, Jorge Mello, explicou que a única que impedia o início das obras era o levantamento arqueológico da área, que já foi iniciado. Conseguimos a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na quarta-feira, para o trabalho nos primeiros dez quilômetros de ferrovia e já contratamos a empresa responsável, que terá o serviço com arqueólogos da Universidade Federal do Piauí, afirmou. As outras condicionantes, como liberação para o desmatamento ou para retirada de material para aterro, serão providenciadas ao longo da obra, no momento em que encontrarmos um trecho que deve ser desatado ou aterrado, completou.
Até agora, a CFN toca os trabalhos da Transnordestina, orçada em R$ 4,5 bilhões, com recursos próprios, porque não conseguiu se adequar às regras do Governo para receber parte dos R$ 3 bilhões que serão financiados pela União. Mello explicou que o primeiro financiamento a ser liberado virá do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), daqui a 60 dias. Precisamos concluir a fusão da Transnordestina com a CFN e a abertura do capital da empresa para receber a primeira parcela de R$ 120 milhões, explicou Mello.
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