Fim de linha para os bilhetes de papel do Metrô do Rio. O papel foi substituído por cartões dotados de chips eletrônicos, que agora possuem prazo de validade para a utilizaçãp. A tecnologia na bilhetagem já foi implantada nas Estações Central, Presidente Vargas, Botafogo e Siqueira Campos.
O sistema, que a empresa diz ser “o mais moderno do mundo”, pretende oferecer aos clientes benefícios imediatos – como o acúmulo de créditos -, mas está confundindo os passageiros.
Na Estação de Botafogo, na Zona Sul, uma grande fila em direção à bilheteria pode ser facilmente observada. A auxiilar Caroline Souza, que dá assistência aos passageiros, explica que dois tipos de cartões estão à venda de acordo com o perfil do usuário.
“O pré-pago é indicado para os passageiros que pegam o metrô todos os dias e não querem enfrentar filas. Ele é recarregável e acumula créditos. Já o unitário serve para uso imediato e tem prazo de validade de três dias, a partir da compra, para ser utilizado,” esclarece.
O cliente recebe R$ 1,00 por bilhete de R$ 2,40
O cliente que optar pelo cartão pré-pago não terá que se preocupar com o prazo de validade. A recarga é feita na própria bilheteria e os créditos acumulam em até R$ 500,00. Já o cartão unitário tem que ser usado em, no máximo, três dias. Caso este prazo expire, o metrô não devolve o dinheiro. Ele oferece R$ 1,00 em troca do cartão do bilhete pelo qual o passageiro pagou R$ 2,40.
Funcionária de uma lanchonete localizada dentro do metrô de Botafogo, Bianca Leocadis, afirma que esta mudança só fez piorar o fluxo de passageiros. “A maioria das pessoas já compra o bilhete antecipado para não enfrentar problemas com as filas. Agora, sempre que pego metrô, tenho que entrar na fila, já que eles estão com prazo de validade e a empresa não reembolsa a quantia integral quando o prazo do bilhete é perdido,” diz.
A assessoria do Metrô Rio explica que, ao oferecer R$ 1,00 pelo cartão unitário não utilizado no prazo, o Metrô não pretende ressarcir o cliente. Pretende apenas estimular a devolução do “casco” para e evitar o desperdício de cartões plásticos, agindo de forma ecologicamente consciente.
Miro Magalhães, morador da Urca, na Zona Sul, conta que pega o metrô esporadicamente. “No meu caso, a mudança é indiferente. Mas, em relação às filas, posso dizer que a transformação custou caro e não tem sido vantajosa em nada,” revela.
Os vigilantes da estação garantem que as pessoas estão confusas por se tratar de uma novidade. Segundo eles, esta é uma fase de adaptação, em breve tudo irá se normalizar.
Seja o primeiro a comentar