A MRS Logística está negociando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) uma linha de crédito para financiar os investimentos previstos para este ano, de R$ 1 bilhão. Segundo o presidente da concessionária, Julio Fontana Neto, pelo projeto já apresentado à instituição, serão financiados até R$ 600 milhões, que viabilizará todos os aportes em locomotivas, vagões e via permanente em 2008.
Já estamos em negociação desde o final do ano passado e a expectativa é que essa decisão saia rápido. Até para não atrasar os investimentos para este ano, disse Fontana Neto. O executivo acrescentou que se não for aprovada a linha do BNDES, a empresa irá a outros agentes financeiros viabilizar os projetos. Os recursos sustentarão o crescimento de até 20% em volume transportado em 2008, disse Fontana. A expectativa é movimentar 150 milhões de toneladas este ano.
Além dos investimentos da MRS previstos para 2008, o setor deverá aplicar mais R$ 1,6 bilhão na melhora do sistema brasileiro. A maioria dos recursos será utilizada na malha férrea e em material rodante, segundo Julio Fontana, que também é presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). A média de recursos aplicados por ano pelas empresas já chega a R$ 1 bilhão e isso vai se manter até pelo menos 2012, disse Fontana.
Segundo dados da entidade, no ano passado, além dos aportes da iniciativa privada, que somaram R$ 2,7 bilhões, os recursos públicos chegaram a R$ 14 milhões, o maior desde o início da concessão, em 1997. Isso já mostra a postura do governo em investir na malha do País. São projetos que estão sendo tocados que contemplam o aumento dos trilhos.
Com os investimentos previstos, o volume transportado saltará de 257,4 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil) para 280,6 bilhões de TKU, crescimento de 9%. Se contabilizarmos somente as toneladas úteis, poderemos superar 500 milhões de toneladas este ano. Um aumento de 11% em relação ao volume transportado em 2007, quando as empresas movimentaram 445,2 milhões de toneladas, disse o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça.
Esse aumento de produção, conforme o dirigente, foi proporcionado principalmente pela forte expansão da demanda por transporte ferroviário, que nos últimos dez anos tornou-se uma alternativa viável. No ano passado, já representamos 26% da matriz de transporte brasileira. Em 2010, essa participação deverá chegar a 28%.
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