Para provar que a empresa não utilizou produto tóxico na vegetação à margem da linha férrea, o superintendente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), José Lúcio Marcelino, propôs que o Movimento dos Pescadores Artesanais de Alagoas encaminhe amostras da água da Lagoa Mundaú, em Maceió, para análise. Segundo ele, o produto utilizado é o glifosato, um herbicida classificado pelo Ministério do Meio Ambiente como tarja verde.
O superintendente negou a denúncia feita pelo coordenador do Movimento, José Martins Agnelo, de que a CBTU estaria usando produto tóxico para impedir o crescimento da vegetação em toda a extensão da via ferroviária, ou seja, de Maceió a Lourenço de Albuquerque, em Rio Largo. Martins denunciou que o “veneno”, como definiu, estaria chegando à Lagoa Mundaú e alterando a qualidade de algumas espécies.
“O ônus da prova cabe a quem acusa. Por isso vamos esperar por 30 dias que ele apresente laudo provando que a água está contaminada e que a contaminação foi provocada pela CBTU”, disse José Lúcio.
Negando que a companhia tenha utilizado produto capaz de poluir a lagoa ou mesmo o ambiente na área da ferrovia, ele afirmou que o material foi aplicado com acompanhamento de um técnico agrícola.
Erva daninha – “Da forma como utilizamos, o glifosato apenas controla o crescimento de erva daninha”, disse Josias Ferreira, técnico agrícola e revendedor do produto. Ao seu lado, o engenheiro de segurança da CBTU, Flávio Tenório, revelou que a aplicação não ocorreu na área citada por José Martins, o Mano Pescador.
Os trechos onde a vegetação passou a ser controlada com o glifosato foram, segundo ele, na Estação de Bebedouro e 500 metros após a parada do Flexal de Cima. “Não aplicamos nas proximidades do Riacho Silva”, garantiu Tenório. José Lúcio disse que já determinou a suspensão do herbicida, que só foi utilizado duas vezes. “Foi por questão de economia que substituímos a capinação pelo controle por herbicida”, explicou.
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