A reunião do diretor geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, com a comunidade paranaense, na semana passada em Curitiba, para o exame da proposta de construção do novo Contorno Ferroviário da Região Metropolitana, rendeu aprovação de recursos de R$ 8 milhões para a contratação do projeto de viabilidade – a partir do estudo inicial do IPPUC, em conjunto com a Comec e o DNIT local.
Porém a execução da obra, envolvendo montante aproximado de R$ 498 milhões, vai depender de um esforço conjunto para as etapas seguintes, entre as quais, inserção no PPA (plano prioritário de administração), na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2010 e, em seguida, na proposta de orçamento federal. Tal seqüência de esforços requer mobilização da Bancada Federal, empenho dos Ministérios dos Transportes, das Cidades e, principalmente, do Planejamento; além de envolvimento do BNDES através do seu programa de mobilidade urbana – segundo Pagot.
Projeto sim
Já a verba para a elaboração do projeto pode ser retirada de uma linha de recursos federais, o Programa de Segurança Ferroviária, responsável pela melhoria dos contornos de São Paulo (Ferroanel), de Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador. Pagot ressaltou que nessas regiões metropolitanas houve união da sociedade organizada, o que pode ocorrer em Curitiba, que luta há 40 anos para retirar os trilhos do trem do centro urbano.
O novo Contorno Ferroviário proposto pela Prefeitura de Curitiba, em conjunto com outras seis Municipalidades da Região Metropolitana, desvia o atual traçado ferroviário para dois ramais: o primeiro descendo da área de Almirante Tamandaré seguindo a faixa de domínio do Contorno Norte do Anel Rodoviário de Curitiba, avançando entre duas áreas de preservação ambiental até alcançar o eixo central do atual Contorno Sul na área da Cidade Industrial de Curitiba; dali seguindo pelo Contorno Leste e, depois, com o segundo ramal infletindo para a cidade de Pinhais com aproveitamento da faixa de domínio do Canal Extravasor do Rio Iguaçu e dali continuando até Piraquara, onde alcançar a linha atual sobre a Serra do Mar até o litoral paranaense.
O custo estimado de construção de ambos os ramais, com extensão de 42 km, vai a R$ 240 milhões, com o projeto se elevando a 498 milhões com as demais intervenções e desapropriações – inclusive com obras de inclusão social (remoção de habitações irregulares) e de mitigação de impactos ambientais.
Empenho
Pagot, que residiu no Paraná onde chegou a liderar o grupo de Associações Comerciais do Oeste com centro em Cascavel, reside atualmente no estado do Mato Grosso, onde fez carreira empresarial e política antes de ser nomeado pelo presidente Lula e aprovação do Senado para dirigir o novo órgão de construção de infra-estrutura terrestre (rodovias, ferrovias e canais interiores).
Ele mostrou empenho em apoiar o projeto, apresentado pelo prefeito Beto Richa, de Curitiba com endosso dos demais prefeitos da Região Metropolitana e respaldado pelo Governo do Estado, com vistas a dotar Curitiba de meios para receber uma das sedes da Copa Mundial de Futebol de 2014. Mas – com sua experiência de alcance nacional – alertou que a obra só será viabilizada se houver união e mobilização dos entes públicos e da sociedade organizada do Paraná.
Em síntese, união de esforços, a chave para o sucesso da iniciativa – concordaram o superintendente do DNIT no Paraná, eng. David Gouveia e o deputado federal Chico da Princesa, presentes ao encontro.
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