Na próxima terça-feira, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, deverá assinar o termo de autorização para a duplicação e retificação do trecho ferroviário entre o Horto Florestal, em Belo Horizonte, e General Carneiro, em Sabará. O ato deverá pôr em movimento a solução para um antigo gargalo no transporte ferroviário em Minas Gerais: a sinuosidade do traçado do trecho, que limita a velocidade do transporte. A assinatura do termo faz parte da programação de seminário sobre o segmento, marcado para os próximos dias 25 e 26, na Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas).
Segundo a assessoria de imprensa da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), concessionária do trecho, o projeto prevê a redução de curvas da ferrovia, tornando-a mais retilínea. As mudanças aumentarão a velocidade e segurança do transporte. Ao mesmo tempo, as obras deverão melhorar a mobilidade da população local, facilitando o tráfego e passagem de pedestres. A assessoria observa, no entanto, que a data da assinatura do termo ainda não está confirmada, embora detalhes do projeto estejam sendo fechados nesta semana.
Pelos 8 quilômetros da ligação Horto/General Carneiro trafegam cargas da própria FCA, da Ferrovia Vitória-Minas e da MRS Logística, por meio de acordos de direito de passagem. Segundo o engenheiro José Antônio Silva Coutinho, gestor do Programa Trens de Minas, do Governo do Estado, as obras serão feitas com recursos próprios da FCA. Os valores não foram divulgados.
Ainda segundo Coutinho, durante o seminário, será assinado protocolo de intenções entre o Ministério dos Transportes e o Governo de Minas para a instalação no Estado de um Centro de Referência e Excelência em Engenharia Ferroviária (Cengefer); perenização e acompanhamento do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT); e Programa de Segurança Ferroviária (Prosefer).
Com o nome “A importância da ferrovia na infraestrutura de transportes e na logística em Minas Gerais”, o seminário pretende ser o ponto de partida para a intensificação do debate em torno da expansão e qualificação do segmento no Estado.
Na mira do evento, realizado conjuntamente pela ACMinas e a Sociedade Mineira dos Engenheiros (SME), está a busca de soluções para acabar com gargalos históricos nas ferrovias de Minas Gerais, a exemplo do que ocorrerá com a obra da FCA. “Queremos despertar a sociedade para a importância das ferrovias, num país de proporção continental como o Brasil”, comenta Charles Lotfi, presidente da ACMinas.
Mas não é só o transporte de cargas que está em foco. Entre os principais objetivos dos organizadores do seminário, está a intensificação do transporte de passageiros em Minas Gerais. A ideia é viabilizar projetos que permitam o uso compartilhado dos 5.250 quilômetros de malha ferroviária que cortam o Estado pelo transporte de passageiros e o de cargas. Hoje, a malha, em parte ociosa, é explorada basicamente no transporte de cargas.
Entre os palestrantes estão o subsecretário de Transportes Fabrício Torres Sampaio, os presidentes da Ferrovia Centro Atlântica SA, Marcelo Spinelli, e da MRS, Júlio Fontana, e o secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato e Silva.
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