Das 108 demissões de ferroviários de Bauru anunciadas pela América Latina Logística (ALL) na última sexta-feira, cerca de 35 devem ser canceladas. A informação é do diretor licenciado do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, Roque Ferreira.
Ele e outros diretores da entidade participaram, ontem, de uma reunião de mais de quatro horas com representantes da ALL – que há pouco mais de um mês comprou a Brasil Ferrovias e a Novoeste do Brasil. Do total de 3.980 empregados da empresa, 1.926 trabalhadores foram demitidos nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
De acordo com Ferreira, os cerca de 35 ferroviários de Bauru que terão a demissão cancelada trabalhavam na malha da Novoeste. “Eles não podem ser demitidos porque se encaixam em três casos previstos por lei: estão em licença-saúde, licença por acidente de trabalho ou em período de pré-aposentadoria. O número correto saberemos nos próximos dias.”
Em relação às demais demissões, segundo Ferreira a empresa está irredutível. “Para demitir tudo isso de gente, é claro que eles vão terceirizar mão-de-obra, porque 90% dos demitidos atuavam na área de via permanente. Existe uma determinação judicial que impede a empresa de terceirizar empregados, mas ela descumpre isso abertamente. Isso é um fato lamentável. Além disso, a Noroeste do Brasil vai completar 100 anos e o poder público não faz nada para protestar contra essas demissões em massa”, desabafa Ferreira.
A malha da Brasil Ferrovias é formada pela Ferronorte e Ferroban, com extensão total de 4,7 mil quilômetros. Já a Novoeste, privatizada em 1996, tem 1.621 quilômetros e liga Corumbá e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, a Bauru.
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