O Ministério Público do Trabalho (MPT) determinou a manutenção de 30% dos serviços de trens da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A decisão ocorreu ontem, em reunião realizada na sede da CBTU, em João Pessoa, entre representantes da Companhia, Sindicato dos Ferroviários e o procurador do Trabalho Cláudio Cordeiro Queiroga. Os ferroviários paralisaram as atividades na segunda-feira, deixando cerca de nove mil usuários sem acesso a este tipo de transporte.
Ontem, um horário especial de funcionamento (provisório) foi definido, a partir das 13h49 até as 15h56. A nova escala para os dias de greve será definida hoje, em reunião na CBTU. “A lei é clara quando diz que é um serviço essencial e o usuário não pode ficar sem o transporte. Tivemos que acionar o MPT. A manutenção de 30% dos serviços era para ter acontecido desde o primeiro dia de greve”, afirmou o superintendente da CBTU, Lucélio Cartaxo.
O diretor de Comunicação do sindicato, José Antônio de Oliveira Ferreira, disse que a categoria irá cumprir a determinação do MPT em regime de escala de revezamento. “Nossa greve continua. Nossa manifestação é a mesma. A única diferença é que estamos obedecendo esta escala mínima de trabalho, que será elaborada pelo próprio sindicato, sem prejudicar ninguém”, revelou José Antônio.
Os funcionários da CBTU reivindicam um reajuste salarial de 11,71%, além de aumento no valor do auxílio alimentação, de R$ 393 para R$ 468. Cartaxo explicou que o processo de discussão com os ferroviários precisa ser retomado o mais rápido possível. É que o prazo para reajuste salarial concedido pelo governo federal termina no dia 30 deste mês. “A CBTU não tem orçamento próprio para conceder aumento. A contraproposta do governo federal para os servidores foi de 4,63% de reajuste salarial”, declarou o superintendente.
De acordo com Lucélio, anualmente, o salário dos ferroviários, bem como valores de auxílio saúde e alimentação, são reajustados. Este ano, explicou, o Departamento de Controle de Gastos das Estatais, ligado ao Ministério das Cidades, constatou, por meio de uma análise, que os valores do auxílio alimentação e plano de saúde dos ferroviários não necessitavam de novo reajuste.
“Esta é a primeira vez que não está tendo aumento de plano de saúde e alimentação”, ressaltou Lucélio Cartaxo.
Seja o primeiro a comentar