MG tem 1.500 estações abandonadas

Minas Gerais tem cerca de 1,5 mil estações ferroviárias, a maioria parada no tempo à espera de restauração para entrar no eixo da preservação e se tornar espaço de cultura e lazer para as comunidades. Ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro, trata-se do maior patrimônio brasileiro à beira dos trilhos, erguido entre o fim do século 19 e o início do 20. Para avaliar a situação desse conjunto arquitetônico, será realizado, de 2 a 5 de junho, em Belo Horizonte, um seminário, que vai também discutir formas de proteção dos bens culturais de propriedade da União e sob guarda do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Participam representantes do Iphan e Ministério Público Estadual (MPE), ambos organizadores do encontro, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Ministério Público Federal (MPF), Secretaria de Patrimônio da União (SPU), concessionárias do transporte – Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e MRS – e organizações não governamentais.


Um dos exemplos da falta de cuidado e dos estragos causados pela ação do tempo está em Miguel Burnier, na histórica Ouro Preto, a 95 quilômetros de Belo Horizonte. Quem chega ao distrito, a 35 quilômetros da sede, não deixa de ficar horrorizado com o estado de abandono do prédio, inaugurado em 1884 e batizado com o nome do engenheiro e diretor da rede ferroviária na época. A fim de evitar a derrocada da construção, o promotor de Justiça da comarca, Ronaldo Crawford, já entrou com um procedimento para apurar responsabilidades e tentar salvar a estação da derrocada – a prefeitura local já manifestou interesse em assumir a estação e fazer dela um equipamento cultural, assim como as de Engenheiro Correia e Rodrigo Silva.


Conforme o dossiê preparado pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico/MG, a ferrovia teve papel preponderante no distrito, que, depois da decadência do ouro, encontrou saídas na extração e exportação de manganês e produção de ferro-gusa. Em 1893, o comendador Carlos Wigg, em sociedade com J. Gerspacher e Amaro da Silveira, fundou a Usina Wigg. A estação de Miguel Burnier, portanto, foi o ponto de venda de ferro-gusa – toda a produção saía do forno, a 500 metros da partida dos trens. Em 1995, a usina fechou, a economia do distrito entrou em declínio e poucas famílias permaneceram na localidade quando os trens pararam de apitar.


De acordo com o levantamento, o patrimônio ferroviário de Miguel Burnier é formado pela estação, algumas residências, alojamento, galpão, oficinas de trens e caixa-d’água. A construção atual, que inclui descaracterizações em relação à unidade original, tem estilo eclético, formato retangular, plataforma semicoberta. Mesmo com as descaracterizações, o imóvel impõe respeito, com a sua arquitetura elegante e piso de pedras. O ar de desolação só não é completo por causa das atividades culturais (feira de artesanato) realizadas pelo Projeto Estação Cultura.


Um contraponto dessa história está em São Sebastião do Rio Verde, no Sul de Minas, informa o titular da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural de Turístico/MG, promotor Marcos Paulo de Souza Miranda. Sem necessidade de assinatura de termo de ajustamento de conduta (TAC), a prefeitura local se encarregou da recuperação do prédio e da malha ferroviária, onde, num trecho de 20 quilômetros, vai operar uma maria-fumaça. É um exemplo importante, que mostra a ocupação dos prédios históricos para uso da comunidade, afirma Marcos Paulo.


As estações podem se tornar, depois de restauradas, bibliotecas, centro de cultura, museus e ponto de convívio dos moradores, acredita o superintendente do Iphan em Minas, Leonardo Barreto de Oliveira. Ele explica que o Iphan está fazendo levantamento dos imóveis – estações ferroviárias, garagens e oficinas de trens, casas e diversas edificações – que pertenciam à antiga Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), para conhecer as condições de conservação e avaliar possibilidades de destinação para fins sociais e culturais.

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Fonte: Jornal de Uberaba

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