Má conservação ameaça ferrovia

Um relatório elaborado pelo Conselho Estadual de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio (Crea) indica que a má conservação da via férrea administrada pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA) poderá causar novos acidentes ambientais na região de Itaboraí. A assessoria de imprensa da FCA informou que a empresa desconhece o teor do relatório, divulgado ontem no Rio, e que se pronunciará sobre o assunto assim que tomar, oficialmente, o conhecimento da análise.

De acordo com a FCA, os órgãos competentes pela fiscalização do meio ambiente e da concessão do transporte ferroviário são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgãos federais aos quais a ferrovia está subordinada e deve explicações permanentes.

O presidente do Crea, Reynaldo Barros, anunciou que pedirá ao Ministério Público a interdição da ferrovia, no trecho de Itaboraí, onde ocorreu o descarrilamento de um trem de carga, na semana passada, que causou o derramamento de óleo diesel na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim – cidade a 86 quilômetros da capital.

Segundo o relatório de inspeção do Crea, os dormentes estão apodrecidos, comprometendo a fixação dos pregos, que estariam com a cabeça abaixo da base do trilho. O documento diz que a via férrea apresenta, entre outros problemas, talas de fixação frouxas, trilhos com bases fraturadas e talas de junção com parafusos frouxos.

O Crea suspeita ainda que as medidas adotadas pela FCA, para a retirada do óleo, podem ser insuficientes para reter a água contaminada pelo diesel. A soleira construída para reter a água, nos canais laterais à linha férrea, também é condenada pela inspeção, que aponta, como solução, uma drenagem emergencial da água subterrânea (trincheira de drenagem) na área da via permanente atingida pelo acidente.

A FCA informou que tem o contrato com uma empresa prestadora de serviço que fica encarregada, 24 horas por dia, do atendimento a acidentes envolvendo cargas perigosas e garantiu que tem feito a substituição de dormentes e trilhos.

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Fonte: Jornal do Brasil

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