O ano era 2003 e o mês, setembro, quando o governo federal, em seu plano plurianual, desengavetou para incluir em seu plano plurianual (PPA) 2004-2007 dois grandes e antigos projetos para o Nordeste: a Ferrovia Transnordestina e a Transposição do Rio São Francisco. Desde então, os esqueletos de papel dos projetos foram montados, mas pouca coisa andou. Cada uma já tem trechos iniciados. Mas os atrasos se acumulam e os cronogramas oficiais, ainda apontando conclusão de ambas ano que vem, são considerados inviáveis.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Salgueiro, no Sertão pernambucano, no próximo dia 12, para inaugurar o trecho Salgueiro-Trindade da Transnordestina, de 166 quilômetros, que deveria ter sido iniciado em outubro. Ainda há os seguintes trechos: Suape-Salgueiro (522 quilômetros), Trindade (no Sertão do Araripe) a Eliseu Martins (no Piauí) com 420 quilômetros – e Missão Velha-Pecém, que terá extensão de 527 quilômetros.
O governo do Estado, que fez convênio com a União para acelerar a ferrovia, espera nos próximos 15 dias finalizar toda a engenharia necessária tanto para as desapropriações no traçado quanto para a fiscalização das obras da Transnordestina, segundo o superintendente de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Artur Maciel.
Somando os valores de desapropriações nos trechos Suape-Salgueiro e Salgueiro-Trindade, mais a verba para a fiscalização das obras, serão em torno de R$ 43 milhões.
Quando o assunto são os recursos financiados para tocar o projeto, de R$ 5,4 bilhões, nada saiu ainda dos R$ 2,6 bilhões que virão da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) via Banco do Nordeste (BNB). A assessoria de imprensa da Sudene informa que aguarda a autarquia aguarda a aprovação do projeto pelo BNB e a assinatura do contrato para aprovar a liberação dos recursos. A Sudene aprovou a engenharia financeira da Transnordestina no dia 24 de novembro passado, com publicação no Diário Oficial dia 1º de dezembro.
Quanto à Transposição, projeto que remonta ao Brasil Império, de seus R$ 4,69 bilhões para a construção de dois grandes canais, divididos em 14 lotes de obras, foram contratados R$ 3,06 bilhões e gastos, efetivamente, R$ 284,1 milhões.
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