A construção de túnel ferroviário sob a Estação da Luz, no centro de São Paulo, deve substituir a construção de um ferroanel, obra que deveria desviar os trens de carga que passam pela cidade. O ferroanel, com custo de R$ 1 bilhão, era uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
A divergência em torno do custo da obra de 66 quilômetros levou o governo paulista a discutir uma alternativa mais barata, de cerca de R$ 170 milhões, sem necessidade de desapropriações. A proposta conta com o apoio da MRS Logística, dona da concessão da ferrovia.
“ Estamos adotando uma solução mais barata”, confirma o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, José Luiz Portella. Segundo ele, a MRS deverá arcar com os custos da passagem subterrânea sob a Luz.
Uma linha paralela será construída ao longo do percurso dos trens da CPTM para que os trens de carga que cortam a cidade de São Paulo deixem de circular nos trilhos dos trens de passageiros. O governo paulista vai investir mais R$ 40 milhões em ramais ferroviários para facilitar o acesso dos trens da MRS ao Porto de Santos.
A segregação dos trens de carga e de passageiros faz parte do programa de investimento de R$ 16,3 bilhões do Estado para ampliar as linhas do Metrô e melhorar os trens de subúrbio. Hoje, os trens de carga de circulam pela cidade e impedem a redução do tempo de espera do trem nas linhas que passam pela Luz.
Para transformar os trens da CPTM em Metrô de superfície, um dos critérios é reduzir para no máximo cinco minutos o tempo entre um trem e outro, o que é impossível com a mesma linha dando passagem a trens de carga de mais de 40 vagões. Além do aumento da freqüência, o governo precisa aumentar a confiabilidade para 90% (de cada cem trens que passam, 90 precisam chegar na hora).
O plano exige investimentos em segurança e sinalização para permitir baixar a distância entre os trens de 450 metros para até 15 metros, o que permite colocar mais composições na mesma linha. Para completar, o metrô de superfície precisa de estações e trens mais confortáveis que as atuais da CPTM. Segundo o secretário, o aumento de renda da população e a implantação do bilhete único colocou nos últimos dois anos mais 750 mil passageiros por dia no Metrô, que hoje faz 3,2 milhões de viagens por dia.
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