A direção da Companhia do Metropolitano de São Paulo admitiu ontem que a Linha 4-Amarela só começará a operar no fim de 2009 e com apenas três estações. Segundo o responsável pela área jurídica da companhia, Sérgio Avelleda, entrarão em funcionamento no ano que vem Butantã, Faria Lima e Paulista. Duas das outras estações previstas para a primeira fase da Linha Amarela, Luz e República, devem ser inauguradas apenas em janeiro de 2010. E o trecho só ficará totalmente pronto em dezembro de 2012 (com a inauguração das plataformas em Vila Sônia, Morumbi, Três Poderes, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis).
Na fase de licitação, em 2001, o Metrô falava na conclusão da primeira fase da Linha 4 para 2006 e da segunda fase – com as últimas seis estações – para 2009. O acidente na Estação Pinheiros, há 1 ano, causou a alteração dos prazos, inicialmente, para fim de 2008 e, posteriormente, fim de 2009 e início de 2010. Agora, ficou para 2012.
A Estação Pinheiros, cujo desabamento completa um ano amanhã, também prevista para a primeira fase, será inaugurada só em março de 2010, segundo Avelleda – isso se os trabalhos de perícia terminarem no máximo até fevereiro deste ano e as obras forem liberadas pelo Instituto de Criminalística (IC). Caso contrário, ficará para meados de 2010 ou para o segundo semestre daquele ano.
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“Quando houve um acidente semelhante na Inglaterra, em 1994, o desabamento na construção de uma linha de metrô entre o Aeroporto de Heathrow e o centro de Londres, os trabalhos de perícia levaram dois anos”, observou o engenheiro Robert Kochen, diretor do Instituto de Engenharia, que participou do levantamento das provas do acidente inglês. “É algo minucioso.”
Enquanto a coleta de provas – restos de concreto, amostras de solo, aço e ferro – prossegue, um tema vem sendo discutido nas reuniões dos engenheiros responsáveis pela Estação Pinheiros: a mudança do método construtivo. Antes do acidente, a estação era escavada por uma adaptação do “método invertido”, ou NATM (New Austrian Tunneling Method). O teto é feito primeiro e a estação continua sendo feita por baixo, liberando o entorno mais rápido. Com a vala que se abriu já retificada, há a possibilidade da mudança do método para o VCA (vala a céu aberto), iniciando a obra pelo piso e pelas plataformas, de baixo para cima.
A companhia fechou o cronograma com representantes do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra. Atualmente, as obras transcorrem normalmente em 25 dos 26 poços de escavação ou futuras estações da primeira fase das obras. O megatatuzão, que já escavou 2 km de túneis em duas fases – da Estação Faria Lima até a Estação Oscar Freire – está parado nesta última, em manutenção, há dois meses. Deve voltar à ativa no mês que vem. Apenas no poço da Estação Pinheiros, os trabalhos continuam totalmente paralisados.
Até quarta-feira, o Metrô apenas prometia a entrega das três primeiras estações para o fim do ano que vem, mas havia dúvidas se a linha poderia, por questões contratuais, abrir para os passageiros apenas com elas. Isso porque atendem só a um trecho de aproximadamente 4,5 quilômetros e terão, juntas, uma demanda estimada de 222 mil passageiros por dia, menos de um terço do previsto para toda a Linha Amarela (900 mil passageiros por dia).
O “grosso” da demanda na primeira fase, 359 mil passageiros/dia, ficará concentrado nas Estações Luz e República. Segundo o Metrô, a entrega dessas duas estações atrasará por causa do fechamento das frentes de trabalho de ambas as obras, que ocorreu depois do acidente na Estação Pinheiros e foi determinada pelo Ministério Público. A obra da Estação República só foi liberada em abril, três meses depois do desabamento.
Vagões da Coréia do Sul – De acordo com o diretor Avelleda, os trens atravessarão normalmente, sem parar, as estações que ainda estiverem em obras, quando a Linha Amarela começar a funcionar.O Consórcio Via Quatro, que será o
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