Eleito para o quarto mandato na Assembléia Legislativa, o deputado estadual Paulo Azeredo (PDT) não assumirá o cargo. Desde que teve seu nome confirmado para chefiar a Secretaria de Obras do governo Yeda Crusius, o autor do projeto para implantação do trem-bala gaúcho tem ouvido a mesma pergunta:
– E agora deputado, será que sai o trem-bala?
Diplomático, ele responde que ainda não conversou sobre o assunto com a governadora, mas não disfarça a expectativa de que sua idéia saia do papel. Além do projeto discutido há mais de uma década para unir o Litoral Norte à Capital por meio do trem de alta velocidade, Azeredo revela planos ainda mais audaciosos: sonha com essa mesma conexão entre São Paulo, Porto Alegre e Buenos Aires:
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– Imagina, com o caos nos aeroportos, as pessoas poderiam ir da capital gaúcha à paulista em quatro horas. No começo, fui chamado de louco, mas muitos dos que se referiam assim apóiam hoje o projeto. Tanto que foi aprovada na Assembléia uma verba de R$ 500 mil para estudos técnicos de viabilidade.
Mais do que defensor da idéia do trem-bala, Azeredo é um amante das ferrovias. Acredita que esse meio de transporte facilitaria a movimentação de pessoas e ajudaria a desafogar o escoamento da produção gaúcha. O deputado-secretário defende também a ampliação da linha do Trensurb, que hoje liga a Capital a São Leopoldo. O serviço seria ampliado até Canela, na Serra, passando por Novo Hamburgo e Taquara.
Outra aposta seria explorar o potencial turístico de uma Maria-Fumaça entre Montenegro, no Vale do Caí, e Guaporé, na Serra. Visionário, o secretário gostaria de ver retomada a linha de passageiros entre Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana para passeios nos finais de semana.
Como verbas para investimentos estão descartadas pela governadora, Azeredo pretende se concentrar no melhor aproveitamento dos recursos de sua secretaria.
O montenegrino, que já foi professor de química e agropecuarista antes de ingressar na política, pretende extinguir quatro coordenadorias regionais.
– Temos 28 coordenadorias regionais de obras e 24 conselhos regionais de desenvolvimento. Temos de unificar isso – justifica.
Entre suas prioridades, também estão reformas nas escolas estaduais que devem ser feitas até março para possibilitar o início do ano letivo.
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