A Vale colocará em funcionamento até o final de maio, na ferrovia Carajás, o que chamou de os maiores trens do mundo, que elevarão em 50% a capacidade de transporte na via, disse hoje o diretor de comercialização de Logística da companhia.
A circulação das composições gigantes, que terão 330 vagões, contra 220 vagões atualmente, é uma primeira etapa do plano da Vale para mais do que dobrar o escoamento de minério de ferro pelo porto de Ponta da Madeira (MA) até 2012, para 230 milhões de toneladas ao ano.
A região Norte, com a mina de Carajás e no futuro com Serra Azul, também no Pará, um projeto de US$ 10 bilhões, será a principal responsável pelo aumento da produção de minério de ferro da Vale nos próximos anos.
Na estrada de ferro, sim, com a duplicação dos pátios, só com essa ação, vai dar 50% de aumento (na capacidade). Isso de imediato, mas não é a única ação. Nós vamos dobrar o tamanho de Carajás, declarou o diretor Marcello Spinelli, durante uma feira de logística em São Paulo.
Na quarta-feira, mais 23 novas locomotivas modelo Dash9 estarão prontas para conduzir o que a companhia está chamando de maior trem do mundo, que fará o seu primeiro teste.
A velocidade desse trem não é a grande questão, mas a capacidade de circulação na via. Hoje passa com 13 composições (dia, com 220 vagões), vai passar nove (com 330 vagões) e abre espaço para mais quatro (com 330 vagões), acrescentou Spinelli a jornalistas.
Nesse primeiro momento, segundo o diretor, haverá uma capacidade ociosa de transporte, uma vez que a operação de minério de ferro é integrada com a produção na mina e o escoamento pelo porto, além da ferrovia, que precisam também ter a capacidade ampliada.
Se toda essa capacidade dos trens gigantes já pudesse ser utilizada, o transporte de minério de ferro no sistema norte poderia subir de 286 mil toneladas/dia para 429 mil toneladas.
No escoamento de minério de ferro, disse o diretor, o plano é de passar de atuais 100 para 230 milhões de toneladas/ano, em um prazo de cinco anos.
Mas isso (o megatrem) já permite um aumento da capacidade para carga geral (especialmente grãos). Isso é importante, declarou.
A otimização do transporte de commodities agrícolas deverá ser proporcionada quando for completada a obra de dois trechos da Ferrovia Norte-Sul, cuja concessão foi arrematada no ano passado pela Vale e que será interligada com a estrada de ferro de Carajás em Açailândia (MA.
A Norte-Sul deverá estar finalizada até o final do segundo semestre de 2009.
Investimentos
Até 2012, a Vale deverá investir US$ 12 bilhões em logística, sendo US$ 9,6 bilhões no Sistema Norte (valores sujeitos a aprovação do Conselho de Administração da Vale).
A Estrada de Ferro de Carajás deverá receber US$ 5,9 bilhões, enquanto a Ponta da Madeira deverá receber investimentos de US$ 3,7 bilhões.
Entre 2008 e 2012, deverão ser adquiridos 13.920 vagões e 245 locomotivas.
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