Depois de paralisada por duas vezes, as obras do metrô foram retomadas há três meses pela Prefeitura. Além da redução da primeira etapa – que liga as estações da Lapa e Acesso Norte – os engenheiros confirmam que o traçado na Avenida Bonocô será por via elevada e não em superfície, uma mudança no projeto original noticiada com exclusividade pela Tribuna da Bahia na edição de 17/12/2005 . Com 650 operários empregados diretamente e outros 300 indiretos, a primeira etapa do Metrô está prevista para entrar nos trilhos dentro de 18 meses, segundo o secretário Nestor Duarte.
O trecho que está em obras, ligando a Estação da Lapa ao Acesso Norte, um percurso de 6 km, depois de pronto, terá a capacidade para transportar cerca de 80 mil passageiros por dia. Além da ativação dos postos de trabalho, o Metrô atraiu a vinda de grandes empresas do setor de construção civil para Salvador, a exemplo da Camargo Correia, de São Paulo, Andrade Gutierrez, de Minas Gerais, e da Siemens, com tecnologia alemã, as que formam o Consórcio Metroviário. Os trens serão fornecidos pela empresa japonesa Mit Sui, com fabricação coreana. Já a parte de controle eletrônico das estações é de tecnologia espanhola. O diretor de Obras da Companhia de Transporte de Salvador (CTS), Luís Fernando Vilar, órgão responsável pela implantação do Metrô de Salvador, disse que colocar o novo sistema de transporte nos trilhos, além de ser uma vontade do prefeito João Henrique, representa também a realização do desejo da população que espera por um meio de transporte de massa moderno e capaz de integrar os bairros mais distantes às áreas centrais da cidade, em espaços menores de tempo.
Segundo Fernando Vilar, a retomada dos serviços é fruto de muitas idas e vindas do prefeito João Henrique e do secretário municipal de Transportes e Infra-Estrutura, Nestor Duarte a Brasília para negociar um convênio com o governo federal, através dos ministérios das Cidades e da Fazenda, com a participação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O resultado desses contatos foi a destinação de R$ 259 milhões para as obras, que estão sendo investidos na conclusão de metade do percurso da linha 1 (Lapa-Pirajá), que é exatamente a execução do trecho até o Acesso Norte.
Mesmo reconhecendo o problema da falta de recursos financeiros para a conclusão de todo o percurso da linha-1, o diretor da CTS espera que as obras não percam o ritmo depois da conclusão do percurso até o Acesso Norte. “Temos de pensar que o Metrô é uma obra dos baianos, motivo pelo qual merece o empenho de todos para que seja concluído”, frisou.
As obras do Metrô, além de caras, exigem a presença de equipamentos de grande porte, a exemplo da máquina de estaca-escavada, que nenhuma empresa do Estado da Bahia dispõe. “Foi a mais adequada ao tipo do solo encontrado”, disse.
O barulho das máquinas e a imponência de algumas delas são motivo de atração de quem passa por uma das passarelas da Bonocô. O estudante do Ensino Médio Oscarlindo Reis, 18 anos, que observava os trabalhos do alto da passarela, disse que a obra é muito importante para a cidade, sobretudo para os mais jovens que moram longe e precisam estudar nas áreas centrais. “Estou torcendo para que dê tudo certo, vou me mudar para Cajazeiras e a viagem pelo Metrô vai ser mais rápida”, avaliou.
Adutoras e alta-tensão
Antes de recomeçar os trabalhos, os engenheiros da CTS fizeram uma análise técnica no trecho da Avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô), constatando a existência de três adutoras da Embasa no subsolo, cada uma com 1,20m de diâmetro, e duas redes de alimentação de energia da Coelba de 69Kv (altíssima tensão) banhada a óleo, equipamentos que teriam que ser remanejados, além de reforçar toda a estrutura de cobertura do canal existente, que na avaliação técnica não suportaria o peso do Metrô. Diante do impasse que seria gerado pelo remanejamento desses equipamentos, que na avaliação dos técnicos iriam c
Seja o primeiro a comentar