A Bunge Ltd., maior processadora de soja do mundo, divulgou nesta quinta-feira que obteve um lucro bem menor no segundo trimestre, influenciado pela interrupção de suas atividades no Brasil devido aos protestos de produtores. Agricultores brasileiros bloquearam estradas e ferrovias usadas para transportar soja, farelo e óleo de soja em abril e maio, em manifestações contra a queda de renda do setor, provocada pelo real valorizado e aumento de custos.
Mas os ganhos da multinacional ainda foram maiores que as expectativas da própria companhia, que haviam sido reduzidas, e a Bunge disse que espera uma melhora na segunda metade do ano. O lucro líquido no segundo trimestre ficou em 30 milhões de dólares, ou 25 centavos de dólar por ação, ante 113 milhões de dólares, ou 94 centavos a ação, um ano antes. Excluindo os encargos extraordinários, o lucro foi de 20 centavos por ação, contra uma estimativa média de analistas de 2 centavos, de acordo com levantamento da Reuters. A receita subiu 2 por cento, para 5,98 bilhões de dólares. Mas o volume das vendas teve queda de 3 por cento.
O volume na unidade de negócios agrícolas, o maior da empresa, caiu 4 por cento por causa da baixa atividade de processamento no Brasil e da fraca demanda no Sul da Europa. A receita de agribusiness aumentou um por cento, para 4,5 bilhões de dólares, enquanto o lucro bruto caiu 42 por cento para 133 milhões de dólares.
A Bunge acredita que a América do Sul continuará a ser um desafio, mas deve ter melhoras em consequência dos esforços para cortar custos, reduzir estoque de fertilizantes e aprimorar o controle do risco cambial.
A empresa também pretende tornar-se um produtor integrado de açúcar e álcool, e considera várias oportunidades, principalmente no Brasil, afirmou o presidente Alberto Weisser, em comunicado. A Bunge afirma que espera um lucro líquido no ano de 3,50 a 3,67 dólares por ação.
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