A Cia. Ferroviária do Nordeste (CFN), controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e pela Vicunha, entrou com um pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Entretanto, pelo menos num primeiro momento, o objetivo não é fazer nenhum tipo de operação no mercado de capitais, como emitir ações ou debêntures. Queremos apenas dar mais transparência à companhia, afirma Jayme Nicolato Corrêa, presidente da CFN.
Essa maior abertura das informações financeiras se faz necessária, segundo o executivo, porque a companhia receberá recursos públicos.
A CFN, por meio de uma intricada estrutura de financiamento, deve dar origem à Nova Transnordestina. O projeto, que envolve cerca de R$ 4,5 bilhões, ligará com bitola larga (1,6 metro) o cerrado nordestino aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE), permitindo o escoamento da produção agrícola e mineral. Para tanto, a ferrovia receberá recursos públicos e privados.
CSN, Vicunha e eventuais sócios aportarão R$ 1 bilhão na Nova Transnordestina. Já BNDES, Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) vão entrar com o resto dos recursos, sendo que parte deles será convertido em capital da Nova Transnordestina.
Na configuração final, investidores privados deterão 37% do capital total da estrada de ferro, enquanto BNDES e Finor ficarão com 63% da empresa. Mas o controle do capital votante ficará nas mãos dos sócios privados.
Hoje, o BNDES possui 8,3% da empresa. Isso porque a Transnordestina, controlada pelo banco estatal, foi incorporada na CFN para dar origem à futura nova estrada de ferro.
Por causa da injeção de capital já prevista, Corrêa afirma que a CFN não precisa neste momento lançar ações ou emitir debêntures. Só iremos começar a pensar nesta possibilidade daqui três ou quatro anos, quando as obras estiverem no estágio final. É aí que precisaremos de mais recursos, explica o presidente da ferrovia.
A previsão é que a Nova Transnordestina esteja em operação em 2008. O projeto foi idealizado ainda na época do Império, pelo Barão de Mauá. Já a CFN foi comprada pela CSN em 1997, quando a ferrovia foi privatizada.
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