Os fundos de private equity (carteiras que compram participação em empresas) preparam investimentos pesados na área de infra-estrutura. As carteiras têm mais de R$ 5 bilhões disponíveis para aplicar em setores como o de transporte, logística, energia elétrica, portos e ferrovias.
Os bancos Pactual e ABN Amro já estão com fundos praticamente prontos, que somam R$ 2,3 bilhões. Há ainda pelo menos mais cinco carteiras (de gestoras como GP Investimentos e Angra Partners) em processo de captação que devem tomar outros R$ 3 bilhões no mercado brasileiro. ” O setor de infra-estrutura é onde há mais oportunidades de investimento hoje no Brasil ” , diz Nelson Rozental, da GP Investimentos.
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A GP é uma das gestoras que vai lançar um fundo novo. A carteira, que está em fase final de captação, terá R$ 400 milhões. O fundo vai aplicar apenas no setor de logística, que inclui as mais diferentes áreas, desde centro de distribuição de empresas até aluguel de vagões e portos.
” O Brasil está subinvestido nesta área ” , diz Rozental. A captação deve ser concluída até abril e está sendo feita apenas no Brasil, junto a grande investidores institucionais, como fundos de pensão. A GP Investimentos é uma das sócias da América Latina Logística (ALL), que opera com transporte ferroviário. A ALL abriu o capital em 2004.
” O mais recente e o maior fundo de private equity do mercado brasileiro é do setor de infra-estrutura, um dos maiores gargalos do Brasil ” , destaca Álvaro Gonçalves, presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap), se referindo ao fundo do ABN Amro, que deve estar pronto nas próximas semanas.
O fundo chama-se InfraBrasil e está em fase final de captação. A carteira terá patrimônio de R$ 900 milhões captados no mercado e mais R$ 200 milhões do Banco Interamericano de Investimento (BID). Os outros investidores são fundos de pensão, como a Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal) e a Valia (da Vale do Rio Doce), informa Gustavo Peixoto, do ABN.
” O setor de infra-estrutura tem espaço para todo o segmento de private equity fazer negócios ” , afirma o gestor do ABN. Cálculos da Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) mostram que o Brasil precisa de, pelo menos, US$ 14 bilhões por ano em investimentos no setor pelos próximos 10 anos. Peixoto participou ontem do IV Encontro Anual de Gestores e Investidores – Congresso ABVCap 2006, que reuniu cerca de 200 gestores em Porto Alegre.
Além do ABN e da GP, o Pactual tem um fundo com R$ 800 milhões já captados para investir no setor de energia. Há ainda uma carteira da Andrade Gutierrez em parceria com a Angra Parters em fase de estruturação. Já o GlobalBank, por meio da gestora Unitas, prepara um fundo de R$ 100 milhões para investir em saneamento.
O fundo do ABN Amro fará investimentos com prazo médio de oito a dez anos e investirá em áreas como transmissão e geração de energias, telefonia, rodovias e portos. A intenção é usar a carteira para investimentos minoritários nas empresas.
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