“Gostaríamos muito de ver uma manifestação de interesse do próximo controlador da Brasil Ferrovias pela continuação da Ferronorte até Rondonópolis.” A frase é do presidente da Funcef e presidente do conselho de administração da Brasil Ferrovias Guilherme Lacerda, para quem a obra poderia ser construída por uma Sociedade de Propósito Específico formada pelo futuro investidor e por grandes clientes.
O modelo já está delineado: os clientes construiriam os 262 km que faltam entre Alto Araguaia e Rondonópolis e iriam se ressarcindo com o frete que pagam pelo transporte da soja. Segundo Lacerda, o custo da infraestrutura está estimado entre R$ 550 e 600 milhões.
“Acho natural que o grupo que vier a adquirir o controle se interesse pelo assunto, afirmou“.
ALL, única no páreo para a bitola larga, não quis comentar o assunto, mas sabe-se que a sua proposta contem um projeto para a extensão da Ferronorte.
Além dos recursos privados, ele vê a possbilidade de participação da Sudam e de outros fundos de incentivo fiscal. A Sudam já enquadrou o projeto de extensáo e está pressionando a Brasil Ferrovias para que dê início às obras.
Lacerda acredita que até o fim do mês esteja encerrado o processo de venda das ações da Funcef e Previ na Brasil Ferrovias. E não vê impedimento para que o BNDES faça o mesmo, vinculando a venda de suas ações às que os fundos detém pelo mecanismo do tag-along.
“O banco quer vender, diz Lacerda, e nesse caso a coisa muda de figura“. Acrescenta que “não temos interesse em adiar esta situação por muito tempo, pois a ferrovia tem dificuldades grandes que só podem ser resolvidas com um choque de gestão e com o enfrentamento dos problemas“. Observa que a atual administração é muito boa “mas não temos condições de ficar administrando a ferrovia daqui de onde estamos. É o que achamos na Funcef e é também o que pensa a Previ.
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