Lançado nesta quinta-feira (dia 6), na Fiesp, em São Paulo, o primeiro dos vários fundos de investimento em infra-estrutura atualmente em fase de desenvolvimento. É o Fundo InfraBrasil, dotado na sua origem de R$ 620 milhões dos fundos de pensão Funcef (da Caixa Econômica Federal) e Petrus (da Petrobras), cada um com R$ 130 milhões, além do Banco do Brasil , com R$ 60 milhões; Valia (da CVRD), com 50 milhões; Banesprev (do Banespa) com R$ 25 milhões, mais o Banco ABN AMRO Real e investidores privados. A Funcef será a coordenadora e o ABN AMRO o gestor do fundo. A expectativa é dobrar o valor do capital.
Guilherme Lacerda, presidente da Funcef e idealizador do InfraBrasil, explicou que os fundos de pensão estão buscando alternativas para a quantidade “enorme” de títulos da dívida pública que têm em carteira e que hoje representam, em média — excluindo a Previ, que prefere aplicar em títulos de renda variável — 70 % de seus ativos. “Isso não existe em lugar nenhum do mundo”, observou, “e a tendência daqui para a frente será buscar alternativas em empreendimentos de grande porte e baixo risco para o investidor, como são os projetos de infra-estrutura”. A contribuir para essa mudança no perfil dos investimentos está a expectativa de uma significativa redução da taxa de juros no longo prazo.
O BID também participa do fundo, mas como credor, com um empréstimo de 12 anos, no valor de até US$ 75 milhões, sendo o aporte inicial de US$ 43 milhões. Esta operação foi possível com a mudança nas regras da CVM, que agora permite que instituições multilaterais como o BID e os bancos de investimento concedam empréstimo aos Fundos de Investimento em Participações – FIP – como é o caso do InfraBrasil. Segundo Lacerda e os demais participantes do fundo, o quadro institucional criado pelas instruções 391 e 406 da CVM foi muito importante para o lançamento do fundo.
Outro motivo para o surgimento do InfraBrasil (os demais fundos em gestação são o Logística Brasil, coordenado pelo GP Investimentos; AG Angra Infra-Estrutura, coordenado pela Angra Partners, e o Darby Brasil, coordenado pelo Banco Stratus) foi, conforme disse no lançamento a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, a necessidade urgente de investimentos em infra-estrutura e a falta de recursos públicos: “precisamos da iniciativa privada para construir portos, ferrovias, hidrelétricas, e para lançar as bases do crescimento sustentado de nossa economia”.
O InfraBrasil terá a duração de 15 anos, e os projetos serão na área de abastecimento de água e saneamento, energia, distribuição de gás e transporte, aí incluídos portos, rodovia, transporte urbano, aeroportos e ferrovias. Os projetos poderão ser gerados por empresas concessionárias ou não, e incluem participação em PPPs.
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