Em setembro último, pela primeira vez desde início da crise mundial, a MRS voltou a registrar crescimento no transporte de minério de ferro. Não só crescimento como recorde histórico. Chegou a 9,8 milhões de toneladas no mês, 6,1 % a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo dados da ANTT. Medido em TKU, o crescimento foi de 5,2 %. Para uma ferrovia que, em meados do ano, amargou quedas de 29 % em TU e TKU em relação a 2008, é uma indicação importante de que a crise do mercado internacional de minério está chegando ao fim.
O mesmo fenômeno está acontecendo na EF Carajás e na EF Vitória a Minas, as duas outras grandes ferrovias de minério do País. A EF Carajás igualou em setembro último o resultado de setembro do ano passado – 8,2 milhões de toneladas – e cresceu 1,1 % em TU, pela primeira vez desde o início da crise. A EF Vitória a Minas foi das três a que mais sofreu. Começou a cair antes das outras e chegou a registrar, em dezembro de 2008, recuo de 50 % em relação a dezembro de 2007. Mas também está saindo da crise, e em setembro passado registrou transporte 17,5 % menor em TU – 9,1 milhões de toneladas, abaixo portanto da MRS – e 17,1 % menor em TKU.
A recuperação no transporte é resultado direto do comportamento do mercado internacional, que depende cada vez mais da China. No entanto, segundo relatório do banco Merrill Lynch, divulgado em 22 de outubro, “será difícil para os chineses argumentarem que o minério de ferro não pode subir, com a demanda por aço crescendo 20% em 2009 e as importações de minério crescendo 30%”. Para o banco, a expectativa é de alta de 15% nos preços em 2010, seguida de um novo aumento de 15% em 2011, levando o preço do insumo a um nível apenas 5% inferior ao pico de 2008. Isso significa reabertura de todas as minas – a Vale já retomou oito de suas 10 pelotizadoras – remobilização de toda a frota de vagões e locomotivas e novos recordes pela frente.
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