O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, anunciou ontem (4) que o volume total de cargas transportado pela empresa, nos meses de janeiro e fevereiro de 2009, foi de 325,5 mil toneladas úteis (TUs), recorde em um primeiro bimestre na história da ferrovia. O crescimento foi de 15,6% (44 mil toneladas) em relação ao primeiro bimestre de 2008, que também havia sido recorde de produção, com 281,8 mil toneladas.
O bom desempenho do bimestre começou com o recorde obtido em janeiro deste ano, mês em que a ferrovia transportou 145,8 mil toneladas entre Cascavel e Guarapuava, trecho operado atualmente pela empresa. A variação é de 13,17% sobre a movimentação de 129 mil toneladas, apurada no mesmo período do ano passado.
No mês de fevereiro, a Ferroeste alcançou novo recorde, em relação ao outros meses de fevereiro, com a marca de 179,7 mil toneladas movimentadas pela ferrovia. A variação sobre fevereiro de 2008, que registrou um volume de 152,7 mil toneladas, é da ordem de 17,66% (27 mil toneladas). O faturamento da empresa, em fevereiro, também foi de R$ 2,15 milhões.
MAIS CRESCIMENTO
A licitação de 500 vagões, no regime de registro de preços, realizada em fevereiro deste ano, deve impulsionar a movimentação de cargas ferroviárias no Estado, segundo o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. Isso porque a licitação abre para os usuários da Ferroeste a opção de comprar vagões, pelo menor preço, diretamente da Amsted Maxion, fornecedor que venceu a licitação.
Com a chegada dos novos vagões, a produção atual da ferrovia, que beira os dois milhões de toneladas anuais, pode crescer para três milhões, um aumento de produção de 50%. O consórcio “Gralha Azul”, formado para a compra de vagões, já anunciou que pretende adquirir 20 vagões, inicialmente. Esse número pode chegar a 50. O investimento inicial do consórcio é de cerca de R$ 5 milhões e pode chegar a R$ 10 milhões.
VOLUMES
A estatal ferroviária paranaense, em 2008, teve um crescimento no volume de cargas transportadas de cerca de 20% sobre o ano anterior, e uma variação positiva de 37,8% nos últimos três anos de operações (2006/2008). Isto representa um incremento de mais de 242 mil toneladas sobre os trilhos da operadora.
A capacidade de transporte da companhia, atualmente, chega a 5 milhões de toneladas ao ano, mas a demanda anual em toda a área de influência da empresa (Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai) é estimada em 20 milhões de toneladas ao ano. Somente o Paraná pode movimentar até 12 milhões de toneladas/ano. “Por isso é que o governo do Paraná uniu-se ao Mato Grosso do Sul e ao governo federal para avançar rapidamente na construção do ramal da Ferroeste entre Guarapuava e Paranaguá, acabando com o gargalo hoje existente. É uma obra que já está no PAC e deverá ser iniciada em 2010”, disse o presidente.
A Ferroeste dispõe de uma frota de 15 locomotivas e 60 vagões locados, mas já deu início ao processo de aquisição de sete locomotivas de 3.000 mil HPs para substituir as máquinas atuais de 1.600 HPs. As novas locomotivas comportam composições de até 65 vagões contra os atuais 32 vagões. O consumo de diesel, com as máquinas novas, vai cair em 40%, o que resulta numa economia anual de mais de R$ 3 milhões. As novas locomotivas também reduzirão em 60% o custo de manutenção da frota.
A expansão da ferrovia, atualmente na fase de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, além de atender à demanda reprimida de escoamento da produção no Paraná, Centro-Oeste brasileiro e Oeste de Santa Catarina, deverá reduzir os custos do transporte de produtores e transportadores.
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