Valor Econômico – O plano de expansão do grupo CCR nos próximos anos será focado nos setores em que a companhia já atua: rodovias, mobilidade urbana e aeroportos, afirmou o presidente, Marco Cauduro, em teleconferência com analistas.
Em relação à entrada em novos segmentos, como o de saneamento básico, o executivo afirma que as oportunidades serão analisadas pela diretoria de novos negócios, mas com cautela.
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“A companhia tem um conjunto de competências desenvolvida ao longo de 20 anos. E tem uma posição muito competitiva em rodovias, mobilidade, há um anseio de nos tornarmos um operador aeroportuário relevante, dominante. Diante desse posicionamento, temos uma compreensão da matriz de riscos muito adequada para os projetos em modais atuais, o que nos dá competitividade para precificar os riscos de forma adequada, e usar as competências técnicas, operacionais e financeiras para participar dos leilões”, afirmou o presidente.
“É claro que temos o dever de olhar para novos negócios, novos modais. Porém, há negócios que demandam outras competências, que precisamos desenvolver para sermos um operador de excelência. O foco da companhia nos próximos anos, de alocação de capital, será nos modais em que a empresa já atua. O pipeline é robusto. Ao mesmo tempo, a diretoria de novos negócios, de forma muito seletiva, vai avaliar novas oportunidades”, completou.
A CCR indicoi ainda que os efeitos da pandemia serão compensados em todos os modais nos quais a empresa atua. O diretor financeiro do grupo, Waldo Perez, destacou que diversos governos já reconheceram o direito a reequilíbrio econômico-financeiro, por conta da atual crise.
“Vários poderes concedentes já declararam que temos direito [ao reequilíbrio] e temos conversas em diferentes estágios em relação a isso”, disse em teleconferência.
No setor de aeroportos, a companhia já conseguiu aplicar um reequilíbrio parcial em 2020. O valor do ressarcimento foi abatido do pagamento de outorgas daquele ano.
“Nas rodovias, em São Paulo, já tivemos várias discussões. Temos um consultor que está fazendo cálculos de qual seria esse valor [de reequilíbrio], mas temos a pandemia [em curso], temos que esperar terminar”, afirmou.
No setor, as discussões junto à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e ao governo paulista são apontadas como as mais complexas. No fim de janeiro, o secretário Mauro Ricardo Costa, que tem conduzido as negociações, afirmou ao Valor que não enxergava o direito a um reequilíbrio econômico devido à pandemia, embora, em 2020, a própria Artesp e a Procuradoria do Estado tenham reconhecido a questão — para analistas, a posição sinaliza, no mínimo, que as negociações serão duras e longas.
No caso das rodovias federais, a análise da questão ainda não foi concluída, mas está mais avançada. “O cálculo [do reequilíbrio] já foi submetido e estamos à espera da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]. Em todos os modais, haverá reequilíbrio”, afirmou o executivo.
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