Valor Econômico – Um ano após o início da pandemia, o agronegócio é um dos setores que têm mostrado evolução mais acentuada no Brasil, segundo um estudo da KPMG. O agro está em “crescimento”, o mais alto dos quatro estágios da classificação adotada no relatório.
Em abril do ano passado, data da primeira edição do levantamento, o padrão era de “retorno ao normal”. Já a cadeia de açúcar e etanol permaneceu estável e ainda enfrenta dificuldades para se recuperar, o que exige maior reserva de capital para resistir, diz a KPMG.
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O crescimento do setor agropecuário, afirma a consultoria, é puxado pelo aumento da demanda ocorrido na pandemia, especialmente a externa, que ampliou as exportações brasileiras de alimentos.
As tendências indicadas no estudo mostram que o cenário é de contínuo crescimento na produção e na renda da agropecuária brasileira. O setor vive expectativa de colheita recorde de grãos, preços em alta e taxa de câmbio que favorável aos resultados das exportações, ainda que a alta do dólar em relação ao real pressione os custos – alguns insumos usados na agricultura, como os fertilizantes, são importados. O relatório pontua ainda preocupações com impactos na tributação dos insumos no país.
Segundo a KPMG, a nova realidade do setor agropecuário no país tem sido pautada pelo investimento em maciço em tecnologias que ampliam a competitividade e transformam as formas de produzir e vender os produtos. O relatório aponta a demanda crescente por medidas de segurança e rastreabilidade atrelada ao contexto de preocupações dos consumidores sobre a forma como o alimento é produzido.
“O estudo mostra um otimismo renovado em relação ao agronegócio, com perspectivas de contínuo crescimento do setor e de relevante contribuição para a atividade econômica do país, o desafio do setor continua sendo crescer com rentabilidade e sustentabilidade, diversificar as fontes de capital para financiamento, e criar selos de confiança com a sociedade cada vez mais pautada pelo ESG”, analisa a sócia do setor de agronegócio da KPMG, Giovana Araújo, em nota.
Na avaliação sobre o setor de açúcar e etanol, a KPMG disse que o segmento manteve-se no estágio “transformar para emergir”, o mesmo da primeira edição da pesquisa. Segundo os critérios da pesquisa, empresas nessa etapa vão se recuperar, mas ao longo de um caminho prolongado, exigindo reservas de capital para resistir.
Segundo Giovana Araújo, o cenário é de recuperação relevante na renda da cadeia, com os mercados futuros de açúcar gerando oportunidades de fixação de preços em níveis atrativos. O desafio maior está no etanol.
“A pandemia não só amplificou os sinais de ruptura que vinham se formando no mercado de combustíveis para fins de transportes no mundo inteiro como trouxe mudanças estruturais, desafios e oportunidades para o segmento sucroalcooleiro do Brasil”, acrescenta a sócia da KPMG, em nota.
As principais tendências para o setor de açúcar e etanol mostram um ambiente com preços atrativos, oportunidades para fusões e aquisições entre as empresas e também para novos agentes da cadeia buscarem IPO (oferta pública inicial de ações). O relatório diz ainda que os preços do etanol devem se sustentar em patamares atrativos para os produtores ao longo do ano e que existe a “expectativa de recuperação do faturamento e da geração de caixa operacional das usinas produtoras de açúcar e de etanol, com repercussões positivas esperadas nos níveis de alavancagem”.
A pesquisa “Tendências e a nova realidade – 1 ano de covid-19” da KPGM traz um balanço sobre como as empresas de 40 setores da economia respondem aos desdobramentos desde o início da pandemia.
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