Valor Econômico – A melhora do cenário para a segunda safra de milho e a confirmação de que as lavouras de soja resistiram bem à falta de chuvas na fase de plantio, apesar do atraso nos trabalhos de campo, levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a elevar as estimativas para a produção brasileira de grãos nesta temporada 2020/21.
Segundo as projeções divulgadas ontem pela Conab, o volume total deverá alcançar o recorde de 272,3 milhões de toneladas, 4 milhões a mais que o previsto em fevereiro. Se confirmado, depois da regularização das chuvas nas principais regiões produtoras, o resultado representará aumento de 6% em relação ao ciclo 2019/20 (256,9 milhões de toneladas), o mais robusto até agora. Conforme o IBGE, serão 263,1 milhões de toneladas, avanço de 3,5%.
Segundo Sérgio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, a previsão de colheita recorde é decorrente de “condições e expectativas de mercado amplamente favoráveis” no Brasil e no mundo. “A demanda por alimentos continua acentuada, fruto das medidas de proteção social implementadas mundo afora. Todos os programas tendem a afetar o o consumo”.
Para a segunda safra de milho, que está em desenvolvimento, a expectativa da Conab subiu de 80,1 milhões para 82,8 milhões de toneladas, um incremento de 10,3% ante a safrinha passada – o IBGE prevê 77,7 milhões. A área plantada foi calculada pela Conab em 14,7 milhões de hectares, 6,7% maior, e a produtividade média em 5.641 quilos por hectare, um avanço de 3,4%.
A partir dessa correção, a Conab passou a prever a colheita total de milho no país (o cereal tem três safras) em 108,1 milhões de toneladas – um novo recorde -, 5,4% superior à de 2019/20. Já o IBGE calcula a safra em 103,5 milhões de toneladas.
Para a soja, as perspectivas da Conab também melhoraram. A produção da oleaginosa, carro-chefe do agronegócio brasileiro, foi ajustada para 133,8 milhões, também um novo recorde. Esse volume é 1% maior que o projetado em fevereiro e 8,2% superior ao da temporada passada.
A colheita de arroz foi levemente corrigida para cima, e agora está prevista em 11 milhões de toneladas, ainda 1,9% abaixo do volume de 2019/20. Para o feijão a expectativa também melhorou. O volume total – a leguminosa também tem três safras – passou a ser estimado em 3,3 milhões de toneladas, alta de 1,6%.
Das grande culturas, a única que deverá registrar queda expressiva nesta safra 2020/21 é o algodão – 16,4%, a 2,5 milhões de toneladas.
PIB do agro dispara
O PIB do agronegócio cresceu 2,06% em dezembro e fechou 2020 com alta recorde de 24,31% em relação ao ano anterior, de acordo com cálculos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Com o resultado, o setor ampliou sua participação na economia brasileira de 20,5% para 26,6%. O PIB brasileiro totalizou R$ 7,45 trilhões em 2020, e o do agro beirou R$ 2 trilhões.
Fonte: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2021/03/12/recorde-confirmado-para-graos.ghtml
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