O Globo – A lentidão com que os trens do VLT Carioca rodam pelo Centro do Rio criou uma dúvida principalmente entre os usuários de ônibus da Zona Sul e dos BRTs, que são alvo do novo projeto da prefeitura para modernizar o transporte dacidade. Será que valeria a pena trocar veículos velozes por trens de baixa velocidade? A aparência de lentidão, porém, apenas engana. O que determina hoje a velocidade dos modais em circulação na cidade é o perfil da via. Tudo depende, por exemplo, da quantidade de cruzamentos e do número de pedestres que circulam no entorno dos corredores de ônibus.
Inaugurado em 2016, o VLT Carioca poderia desenvolver até 80 km/h, segundo a concessionária. Mas hoje roda com velocidades que variam de 50 km/h (Boulevard Olímpico) a 30 km/h (Avenida Rio Branco) por razões de segurança.
A secretária municipal de Transportes Maina Celidonio, diz que estudos ainda vão indicar quais seriam os limites máximos de velocidade por corredor de VLT. O limite máximo permitido para os ônibus que circulam na cidade (sejam convencionais ou articulados do BRT) é de 60 km/h. A velocidade é controlada por tacógrafos. Mas, como no caso do VLT Centro, tudo depende do trecho.
No Transoeste (entre Guaratiba e o terminal Alvorada) e no corredor Transolímpico (que liga o Recreio a Deodoro) , os coletivos chegam ao limite de 60 km/h. Essa também tende a ser a velocidade que será tolerada no futuro BRT Transbrasil, que ligará Deodoro ao Caju. Por outro lado, no BRT Transcarioca (Alvorada-Aeroporto Internacional Tom Jobim), há trechos em que os ônibus não passam dos 20 km/h por questões de segurança.
‘VLTzação’ do BRT e redução de faixas na Zona Sul
Nesta quinta-feira, dia 7, a prefeitura anunciou que pretende converter em VLTs os corredores de BRT Transoeste (Santa Cruz-Alvorada-Jardim Oceânico) e Transcarioca (Barra-Aeroporto Tom Jobim), no prazo de 15 anos. Para viabilizar o projeto, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, diz que avalia buscar financiamentos internacionais de instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial, na falta de linhas de financiamento de instituições nacionais para planos de mobilidade:
— O plano que apresentamos tem duas premissas superimportantes. A premissa um é que isso não é um plano do governo Eduardo Paes, não é uma promessa de campanha. Investimentos em infraestrutura têm que transpor governos. Ninguém vai sair fazendo obras pela cidade. É uma tentativa de fazer um planejamento a longo prazo, mais estruturante, que demanda tempo.
Na Zona Sul, o projeto da prefeitura para o VLT prevê que corredores importantes de tráfego — como nas ruas Voluntários da Pátria, Humaitá, Jardim Botânico e Marquês de São Vicente — percam faixas para o trânsito. O maior impacto seria na Voluntários da Pátria, um dos principais eixos de tráfego e de comércio Botafogo, que seria transformada em uma “rua de serviço” atendendo apenas ao trânsito local com duas faixas para o VLT e ciclovias.
Na Rua Jardim Botânico, duas das quatro faixas ficariam com os articulados. Haveria só uma faixa em cada sentido para os veículos de passeio. Hoje, no fim da tarde, a via opera em reversível no sentido Gávea para desafogar o tráfego da Autoestrada Lagoa-Barra. Como parte do projeto, seriam feitas obras de drenagem na Jardim Botânico para tentar acabar com enchentes. A rua sofre com cheias em períodos de chuva. Outras mudanças previstas são urbanização das calçadas e reordenamento viário.
O trânsito também perderia faixas na Rua Humaitá. Já na Marquês de São Vicente, o VLT operaria em mão dupla, com uma faixa segregada da atual. A parada final ficaria próximo à PUC-Rio e ao Planetário.
— O transporte da cidade precisa se modernizar. Nós estamos iniciando o debate. Estou iniciando esse debate. No passado se discutiu se deveríamos dividir o traçado em duas partes com traçados de ida e volta em vias distintas:São Clemente e Voluntários da Pátria. Não faremos nada sem ouvir a população e com debate. Ao projetarmos os BRTs Trancarioca e Transolimpica alteramos vários pontos do projeto, como, por exemplo, para manter uma igreja — disse Eduardo Paes.
Antes de iniciar a execução do projeto a partir de 2023 com previsão de entrega em 2025, a prefeitura pretende realizar uma série de audiências públicas.
Esse projeto não é concebível por parte de Mobilidade Local no Rio de Janeiro. O CITADIS X05 é totalmente inadequado para esse tipo de serviço baseado na demanda populacional dos trajetos! Os VLTs Europeus foram criados para cidades médias e pequenas da França, cidades geralmente planas, com trânsito baixo e foi com apoio e pressão do Governo Francês. É uma solução adequada para o Centro do Rio, mas PÉSSIMA para outras áreas da cidade. O que o Prefeito vai criar um NÒ definitivo no Transito da Zona sul e não vai atender adequadamente a Zona NORTE e a ZONA OESTE. Existe projeto em outra esfera que atende isso.