A Companhia de Metrô de São Paulo divulgou nesta sexta-feira, 18 de outubro de 2019, que está mantido o resultado da licitação que selecionou a Constran Internacional Construções S.A. para concluir as obras de estações do monotrilho da linha 17 – Ouro, previsto para servir uma parte da zona Sul da cidade de São Paulo.
Em aviso publicado no Diário Oficial, o Metrô de SP apresentou o resultado de julgamento de recurso administrativo, comunicando que negou provimento aos recursos administrativos interpostos pelas licitantes Coesa Engenharia Ltda. e Consórcio Paulitec-Sacyr. Por conta desses recursos, o Metrô suspendera a licitação no dia 19 de setembro.
Com isso, a estatal paulista ratificou a decisão divulgada no dia 11 de setembro de 2019, que apontou a Constran Internacional Construções S.A. como vencedora do certame.
O contrato envolve as obras civis remanescentes, acabamento, paisagismo, comunicação visual, instalações hidráulicas, implantação de ciclovia, recapeamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho e fabricação e lançamento das vigas que vão sustentar os trens leves que circulam com pneus.
As estações contempladas são: Congonhas, Brooklin Paulista, Jardim Aeroporto, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e o pátio Água Espraiada.
A Constran também deverá erguer um centro comunitário e esportivo na região.
O prazo de vigência contratual é de 36 meses.
Como mostrou o Diário do Transporte em 17 de agosto, as obras tiveram 11 propostas, sendo que a da Constran foi a mais barata: R$ 494,9 milhões.
HISTÓRICO
A Companhia do Metropolitano de São Paulo decidiu rescindir o contrato de construção do monotrilho da Linha 17-Ouro em março deste ano. O governo do estado de São Paulo alegou que o Consórcio responsável vem atuando com lentidão na condução das obras.
As obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro estavam sob responsabilidade do Consórcio Monotrilho Integração, formado pelas empresas CR Almeida, Andrade Gutierrez, Scomi (que desistiu da obra) e MPE.
O grupo é responsável pela implantação de itens como vias, portas de plataformas, sistemas de sinalização, material rodante e CCO – Centro de Controle Operacional do trecho que vai das estações Jardim Aeroporto a Morumbi.
O governo informou ainda que buscou acelerar o ritmo da obra, mas com a falência da fábrica dos trens, a Scomi da Malásia, ficou inviável concluir o projeto.
Uma nova licitação deverá ser feita para a retomada da Linha 17-Ouro, cujo traçado prevê a ligação do aeroporto de Congonhas até a estação Morumbi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
No dia 27 de maio de 2019, o Metrô publicou o edital de licitação para conclusão das obras de estações da linha 17-Ouro de monotrilho.
A entrega das propostas foi marcada para 02 de agosto.. A concorrência envolve as estações Congonhas, Brooklin Paulista, Jardim Aeroporto, Vereador José Diniz, Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e Pátio Água Espraiada.
Além do acabamento, paisagismo, instalações hidráulicas e comunicação visual, as intervenções envolvem implantação de ciclovia, recapeamento da Avenida Jornalista Roberto Marinho, construção de um centro comunitário e esportivo e a construção das vigas pré-moldadas dos elevados dos trens leves de média capacidade.
O prazo de vigência contratual é de 36 meses e o critério de julgamento da licitação é o menor preço. O valor do orçamento estimado pelo Metrô para a licitação é sigiloso até a assinatura do contrato.
Já no dia 12 de julho de 2019, o Metrô publicou a abertura de licitação internacional para a compra de 14 trens e dos sistemas de sinalização para a linha 17-Ouro do monotrilho, no que chamou de última etapa para a conclusão da linha que deveria ter sido entregue em 2014.
A Scomi, empresa da Malásia que iria fabricar as composições, entrou em processo de falência.
A sessão de recebimento das propostas foi marcada para 15 de setembro, mas foi adiada para 07 de outubro.
A concorrência engloba também a instalação de portas de plataforma nas oito estações da linha e os equipamentos para o sistema de alimentação elétrica, aparelhos de mudança de via e de manutenção dos trens.
Em nota, o Metrô explica que o novo contrato vai substituir a contratação do Consórcio Monotrilho Integração (CMI)
Essa nova contratação vai substituir o Consórcio Monotrilho Integração (CMI), cujo acordo foi rescindido este ano pela atual gestão do Metrô, após constantes atrasos e redução no ritmo dos trabalhos pelo consórcio. Os problemas também levaram a aplicação de multas no valor de R$ 88 milhões, além da suspensão das empresas integrantes do consórcio de novas licitações e contratos com a administração estadual de São Paulo pelo período de dois anos.
Em 27 de julho, a Companhia do Metrô de São Paulo publicou o aviso de adiamento do dia 02 de agosto para o dia 16 a data da entrega das propostas para obras de conclusão de estações do monotrilho (trens leves com pneus que trafegam em elevados de concreto) da linha 17-Ouro, da zona Sul da capital paulista.
A estatal recebeu uma série de questionamentos de possíveis interessados na concorrência.
No dia 17 de agosto o Metrô realizou a concorrência para a conclusão das obras civis, e em 11 de setembro definiu a escolha da Constran Internacional Construções S.A. para concluir as obras de estações do monotrilho da linha 17. Uma semana depois teve novamente de suspender a licitação para analisar recursos interpostos por duas licitantes, que agora foram negados.
PROMESSA PARA 2020
As obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro estavam previstas para terminar em 2014, ano da Copa do Mundo, mas prosseguem até hoje.
Em meados de janeiro deste ano, o vice-governador Rodrigo Garcia, em entrevista à rádio Jovem Pan, garantiu que o Monotrilho da Linha 17-Ouro estará funcionando até o final de 2020.
No dia 16 de fevereiro de 2019, em reportagem do Diário do Transporte realizada no canteiro de obras da estação Campo Belo, da Linha 5 Lilás de Metrô, o atual presidente da Companhia, Silvani Alves Pereira, disse que no próximo mês deve ser lançada uma licitação para o restante das intervenções do Monotrilho da Linha 17-Ouro, caso o consórcio responsável pela implantação da linha não sinalize o retorno aos trabalhos.
“Sobre a linha 17, estamos tomando algumas decisões para que seja retomada de forma segura. Existe um consórcio que está cuidando de todo o processo de construção de via, material rodante [trens], sinalização e que não está conseguindo executar o que foi pactuado. A decisão já é, caso o consórcio não solucionar nos próximos dez dias, abrir um processo de licitação daquilo que falta até o final do mês de março. Tem um edital para a contratação de todos os serviços e agilizar a entrega da linha 17” – disse Silvani.
No dia 15 de março o Metrô de SP publicou no Diário Oficial do Estado a prorrogação dos prazos de vigência contratual e de execução dos serviços das obras da Linha 17-Ouro de Monotrilho com o Consórcio TIDP, formado pelas empresas Tiisa e DP Barros. O prazo foi estendido até 10 de janeiro de 2020.
A OBRA
A linha 17 Ouro do monotrilho deveria ter 17,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e região do Estádio do Morumbi. O valor orçado em junho de 2010 era de R$ 2,64 bilhões, sem valores futuros referente aos reajustes contratuais, aditivos e novas contratações necessárias para implantação dos empreendimentos.
O custo então passou para R$ 3,17 bilhões – cifra que não inclui as estações previstas no primeiro trecho, com extensão de 7,7 quilômetros.
Em junho de 2018, o valor para conclusão das obras foi projetado em R$ 3.74 bilhões, com previsão para a entrega de oito estações até dezembro de 2019, o que pode ser reformulado com a eventual saída da Scomi.
O monotrilho não deve num primeiro momento servir as regiões mais periféricas. Assim, os trechos entre Jabaquara e a Aeroporto de Congonhas e entre depois da Marginal do Rio Pinheiros até a região do Estádio São Paulo-Morumbi, passando por Paraisópolis, estão com as obras congeladas.
Com este congelamento, não haverá as conexões prometidas com a linha 4 Amarela do Metrô na estação São Paulo – Morumbi, e nem com estação Jabaquara e da Linha 1 Azul do Metrô e Terminal Metropolitano de Ônibus e Trólebus Jabaquara, do Corredor ABD. Segundo o site do próprio Metrô, quando estiver totalmente pronto, este sistema de monotrilho atenderá 417,5 mil passageiros por dia.
FORNECIMENTO DOS TRENS
Como mostrou o Diário do Transporte, o Metrô de São Paulo, em 13 de setembro de 2019, marcou para 07 de outubro de 2019 a Sessão Pública de Recebimento e Abertura da licitação internacional para a compra dos 14 trens e dos sistemas de sinalização para a linha 17. É a última etapa para a conclusão da linha que deveria ter sido entregue em 2014.
O Consórcio Signalling ofereceu a melhor proposta na Licitação, e caso seja declarado oficialmente vencedor do certame, ele será o responsável por fornecer os trens para o monotrilho. A concorrência engloba também a instalação de portas de plataforma nas oito estações da linha e os equipamentos para o sistema de alimentação elétrica, aparelhos de mudança de via e de manutenção dos trens.
Apesar de ter apresentado o menor preço, a proposta depende ainda de análises por parte do Metrô de SP para ser oficializada e homologada, assim como podem surgir recursos dos demais concorrentes.
O Consórcio é composto por duas empresas nacionais – Ttrans e Bom Sinal – e uma empresa suíça, a Molinari. O proprietário da TTrans, Sidnei Piva de Jesus, é um dos sócios da Itapemirim.
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