MERCADO ABERTO
Os fundos de pensão (Previ e Funcef) cumpriram ontem sua parte no acordo com o BNDES e capitalizaram a Brasil Ferrovias com R$ 310 milhões. Esse é o primeiro passo concreto dos acionistas para levar adiante a reestruturação da empresa, anunciada no último dia 6, em Campinas, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
`O aporte tornará a empresa capaz de gerar receitas e abre perspectivas para novos investimentos`, afirma Sérgio Rosa, presidente da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
A Previ depositou R$ 155 milhões em favor da Brasil Ferrovias. O mesmo fez a Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal.
Sem o aporte dos fundos, o BNDES não poderia salvar a companhia, rebatizada de Nova Brasil Ferrovias. Os recursos serão usados para abater dívidas antigas com o governo. Agora o BNDES ganha sinal verde para repassar à companhia R$ 385 milhões em dinheiro vivo. Vai converter outras dívidas de R$ 265 milhões em capital da empresa. Ao todo, os débitos da Brasil Ferrovias chegam a R$ 1,6 bilhão.
Além de criar espaço para novos investimentos, o aporte abre caminho para uma possível troca de gestão e a contratação de fornecedores. O presidente do BNDES, Guido Mantega, diz que o objetivo é investir um total de R$ 2,5 bilhões em trilhos, locomotivas e vagões.
A Brasil Ferrovias surgiu no governo Sarney, nas mãos do empresário Olacyr de Moraes, que ficou conhecido como o `rei da soja`. Hoje, a Brasil Ferrovias reúne três estradas de ferro (Ferroban, Novoeste e Ferronorte), que levam ao porto de Santos grãos, madeira e carne produzidos no Mato Grosso e minério extraído no Mato Grosso do Sul.
Começa o aporte na Brasil Ferrovias
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