O presidente da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (Central), Albuíno Azeredo, encontrou-se ontem com representantes da Comissão de Moradores em Defesa dos Bondes de Santa Teresa, quando apresentou o cronograma da obra de recuperação do sistema. O encontro cumpre uma decisão tomada durante audiência pública realizada, no dia 19, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Visando a ampliar o canal de comunicação entre a empresa e a comunidade, a Central estabeleceu que os engenheiros envolvidos na obra ficarão responsáveis por informar a população do bairro sobre o andamento dos trabalhos. Para isso, eles se reunirão periodicamente. A próxima reunião foi marcada para 9 de novembro. Além disso, foi criada uma comissão composta por seis moradores com o objetivo de acompanhar a reforma dos bondes e da via permanente (trilhos).
Durante o encontro, foi confirmado que será feita obra para reativação do ramal da Rua Francisco Muratori e que serão construídos banheiros públicos e uma sala de espera na Estação da Carioca.
Na reunião também ficou acertado que a Central tomará providências junto ao órgão competente para disciplinar o trânsito em Santa Teresa, evitando que veículos estacionem nos trilhos ou ao longo das vias, impedindo a passagem dos bondes e colocando em risco a segurança dos passageiros.
Os cinco primeiros bondes a serem restaurados já estão na da T’Trans (responsável pela reforma), em Três Rios. O trabalho deverá recomeçar assim que o Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac) dê autorização, após avaliar o projeto detalhado de reforma, que deverá ser entregue, no máximo, até a primeira semana de novembro. A previsão da Central é que na primeira quinzena de novembro a empresa possa dar prosseguimento à reforma.
O presidente da Central garantiu que os bondes não serão descaracterizados. Ele lembrou que foram destinados R$ 14 milhões para os cuidados com os bondinhos e R$ 9 milhões para restauração das vias férreas e aéreas.
A reforma do sistema vai recuperar o madeirame (em peroba), ferragens e cores originais dos bondes, além de modernizar as partes elétrica e mecânica, freios e truque (sistema metálico que sustenta os motores de tração, eixos e rodas), oferecendo maior segurança e eficiência ao transporte.
O governo do estado, por meio da Secretaria de Transportes, conseguiu com o BNDES o financiamento para a reforma dos bondinhos e da via férrea de Santa Teresa, a qual deve estar concluída até julho de 2006. O sistema de bondes do bairro funciona há 109 anos, atendendo a 46 mil moradores, além dos turistas.
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