No dia em que Salvador amanheceu sem trens, a dona de casa Eulina Vieira, 55 anos, foi pega de surpresa quando saía de casa, em Periperi, para fazer uma sessão de fisioterapia no bairro da Calçada. Não havia movimento de trens na estação e ela foi obrigada a pagar R$ 2,40 de ida e volta em passagens de ônibus. Com a paralisação deflagrada pelos ferroviários, em posição contrária à transferência da gestão dos trens do governo federal para a prefeitura, os estimados 18 mil passageiros diários das linhas férreas terão apenas duas alternativas: andar a pé ou de ônibus. `Pego trem todo dia, com a passagem a R$ 0,50, e não gostei dessa greve. Ganho um salário mínimo por mês e não tenho como pagar ônibus a R$ 1,70. E por causa disso, eu ainda cheguei atrasada na fisioterapia. Costumo chegar às 6h30 e só apareci lá depois das 7h`, disse dona Eulina, que é encostada pelo INSS, tem problemas de artrose e sente dores na coluna.
A situação da comerciante Joselita Bonfim Luz, 61 anos, não era diferente. Acostumada a ir a pé de sua casa, em Roma, até a Calçada e seguir de trem até Plataforma, onde mantém um bar, ela teve que alterar sua rotina por conta da paralisação dos trens. `Não houve jeito e eu tive que ir de ônibus para poder trabalhar. O preço que eu pago para ir e voltar de ônibus é equivalente a quatro passagens de trem e ainda sobram R$ 0,40`, disse ela, enquanto aguardava uma condução. Iniciada ontem, a paralisação dos ferroviários vai até a meia-noite de sexta-feira, com a intenção de mostrar para a sociedade que a categoria é contra a cisão da Superintendência de Salvador da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), cujo acordo que define a transferência do comando dos trens para a prefeitura municipal já foi assinado no dia 24 de setembro, entre o Ministério das Cidades, o governador Paulo Souto e o prefeito João Henrique.
A condição de que o poder público municipal assuma o comando do sistema ferroviário foi imposta pelo governo federal para que fosse liberada a verba de R$ 259 milhões para a conclusão das obras do metrô e houvesse a sua inclusão no Plano Plurianual de Investimentos (PPI) do Banco Mundial. Juntamente com esse montante, também está prevista a liberação de R$ 12 milhões para a manutenção das linhas férreas e mais R$24 milhões para reformas no sistema.
O período de transição vai até novembro, quando a prefeitura deverá assumir definitivamente a administração dos trens urbanos. Contrários a essa medida, os ferroviários decidiram pela greve. Ontem, pela manhã, dois ônibus com cerca de 80 funcionários da CBTU e representantes da direção do Sindicato dos Ferroviários (Sindferro) seguiram para Brasília, onde devem participar às 14h de hoje de uma audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados.
Os ferroviários são contra a municipalização dos trens e alegam que a prefeitura não tem arrecadação suficiente para arcar com os custos de um sistema já defasado e com um déficit de R$ 800 mil por mês. Hoje, a passagem de trem custa R$ 0,50, enquanto o valor real é de R$ 2,60 – o restante é subsidiado pelo governo federal. `Acreditamos que a prefeitura não tem como arcar com um subsídio desse. A transferência pode significar um caos no sistema ferroviário`, comenta José Raimundo de Jesus Oliveira, diretor de administração e planejamento do Sindferro. Ele explica ainda que a passagem a R$ 0,50 só cobre 20% do total de custos do sistema. Para que a ferrovia alcance um equilíbrio econômico com a tarifa atual, era necessário transportar 76 mil passageiros por dia ao invés dos 18 mil que transporta hoje. No total, são 197 funcionários da CBTU de braços cruzados. A categoria informou que, apesar de o término da paralisação estar marcado para sexta-feira, não está descartada uma retomada do movimento caso os entendimentos com o governo federal não sejam satisfatórios. Haverá uma nova assembléia às 17h30 da próxima terça-feira, na sede do Sindferro.
O superinten
Sobressalto na estação
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