Cerca de dez a 12 grupos e investidores devem participar da fase inicial do processo de venda da Brasil Ferrovias, controlada pela Funcef, Previ e BNDES. Esta é a previsão de uma fonte que participa da operação, que vai começar formalmente esta semana, com a distribuição de material para os grupos que demonstraram interesse na compra. O processo de venda poderá incluir a totalidade das participações ou transferir o controle da companhia e deixar os atuais sócios como minoritários. A Angra Partners, contratada pelos fundos de pensão, está liderando o processo, que deve ser concluído em abril de 2006. Inicialmente, o prazo previsto era maio. No mercado comenta-se que entre os naturais interessados na Brasil Ferrovias estariam a All Logística, a japonesa Mistui e MRS Logística.
A primeira fase da venda começa com a distribuição do material mais detalhado sobre a empresa (o chamado “sell book”). Depois disso, os investidores que mantiverem interesse no ativo poderão ter acesso ao “data room” (que contém dados estratégicos da companhia), mediante a assinatura de termo de confidencialidade. Com isso, inicia-se a etapa das ofertas.
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Primeiro, os interessados fazem uma oferta não vinculante, que funciona como um preço indicativo. Ao fim do processo, a expectativa é de que três ou quatro candidatos apresentem propostas firmes que serão analisadas pelo conselho de administração, de acordo com diversos critérios. Cada etapa deve durar cerca de um mês.
Nesta primeira fase, de distribuição do chamado “sell book”, o objetivo é dar aos interessados uma visão mais aprofundada do ativo, o que deve reduzir um pouco o número de investidores que terão acesso ao “data room”, que contém informações confidenciais. Na fase final, os controladores levarão em conta não apenas preço, mas também perfil e estratégia dos novos controladores para a companhia, principalmente se a operação não vender a totalidade das participações.
Segundo o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, o objetivo da venda é tentar amortizar parte dos pesados investimentos feitos na Brasil Ferrovias até agora. Segundo ele, já somam cerca de R$ 600 milhões (valores corrigidos). Para a Funcef, continuar como minoritária no negócio é uma idéia atraente. Os fundos têm cerca de 25% cada um e o BNDES, 43,6% da holding, que opera a Ferronorte e a Ferroban. Os novos controladores terão que assumir o compromisso dos atuais sócios, de abertura do capital e listagem no Novo Mercado da Bovespa em até quatro anos.
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