Depois de dois anos de espera, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a liberação de um empréstimo de R$ 311 milhões para as obras da Linha 2 (Verde) do metrô de São Paulo. Como o dinheiro federal chegou, segundo o Metrô, tarde demais – pois a primeira fase das obras, com as Estações Ana Rosa, Chácara Klabin e Ipiranga, será entregue já em março -, os recursos entrarão só no orçamento de 2006.
O dinheiro será empregado na construção do trecho cuja entrega está prevista para setembro, com a extensão até a futura Estação Ipiranga. Os recursos estavam previstos no orçamento estadual de 2005, mas, como não vieram, o tesouro paulista teve de cobrir os gastos.
O dinheiro será liberado em duas etapas: uma de R$ 235 milhões e outra de R$ 74 milhões. O prazo do financiamento é de 15 anos, com três de carência. Os juros foram fixados em TJLP (9,75%) + 4% ao ano.
O processo de liberação dos recursos envolveu até troca de farpas entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente do BNDES, Guido Mantega. Antes de liberar o dinheiro, o banco teria destinado empréstimo semelhante para o metrô de Caracas (Venezuela), que teria sido prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente venezuelano Hugo Chávez.
Mantega contestou a possibilidade de que houve negociação política para o empréstimo a São Paulo. `O BNDES só se guia por critérios técnicos e não faz operações por questões políticas`, enfatizou.
Quando concluído o trecho até a Estação Ipiranga, a Linha Verde ganhará mais 3,4 km de extensão e beneficiará mais 90 mil pessoas por dia. Atualmente, 280 mil pessoas utilizam a linha por dia. Há estudos para que a linha ganhe mais duas estações: Sacomã e Tamanduateí, num trecho de 3,4 km.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, informou recebeu a notícia da liberação com `grande alegria`. `Apesar do atraso, a verba garante a continuidade do ritmo forte da construção de novas estações.`
Fonte: O Estado de S. Paulo
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