A liberação pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) das parcelas retidas para o financiamento da expansão da Linha 1 do metrô até a estação Cantagalo, em Copacabana, não foi suficiente para garantir o cronograma da obra. O BNDES depositou na última sexta-feira, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), R$ 70,2 milhões na conta do governo do estado. Mas, de acordo com o presidente da Rio Trilhos, Alexandre Farah, a obra, prevista para ser inaugurada em março, só deverá estar concluída em setembro. A Rio Trilhos é a empresa do estado responsável pelas obras de expansão do metrô.
A suspensão dos repasses, em novembro do ano passado, adiou a chegada dos equipamentos da sala de comando do sistema, que funcionará na estação Cantagalo.
— Já me reuni com os empreiteiros da parte de obras e de sistemas para fazer um novo cronograma. A inauguração estava prevista para o fim do primeiro trimestre de 2006, mas vai ficar para o início de setembro, porque a parte de sistema andou devagar — disse Farah.
Os equipamentos chegarão em abril, de avião, importados das empresas Auston e Siemens. As máquinas são financiadas integralmente pelos recursos do BNDES, por isso o atraso. As obras, que estão sendo feitas pela Norberto Odebrecht, não chegaram a sofrer atrasos, segundo Farah, porque, mesmo sem os repasses do banco, a empreiteira continuou a receber os 40% mensais de contrapartida do estado.
O atraso no cronograma, segundo o estado, impedirá que entrem nos cofres do governo cerca de R$ 1,7 milhão por mês. O cálculo foi feito com base no número de passageiros novos que a estação Cantagalo atrairá: cerca de 25 mil por dia. Ainda pelos cálculos da Rio Trilhos, cerca de dois mil veículos deixarão de circular em Copacabana depois da inauguração da estação.
Secretário pedirá que obra seja feita em dois turnos – No próximo dia 20, a empreiteira fará a última explosão para abertura do túnel. Depois, ficam faltando os arremates da obra, como a instalação da escada rolante, dos trilhos, da subestação e do ar-condicionado.
O secretário estadual de Transportes, Augusto Ariston, se reunirá hoje com os diretores da empreiteira para pedir que sejam adotados dois turnos de trabalho, para acelerar o ritmo do serviço.
O procurador-geral do Estado, Francesco Conte, qualificou a decisão do STF e a liberação dos recursos de “verdadeiros presentes de Natal para a cidade do Rio”.
— O Supremo reconheceu a adimplência do estado, resgatando o princípio federativo.
Fonte: O Globo
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