O ano de 2005 foi conturbado para a Ferropar – subconcessionária da ferrovia que liga Cascavel a Guarapuava -, com intervenção, troca de diretoria e redução do material rodante. Ao final do ano, apesar de todos os problemas, a Ferropar anuncia o cumprimento da meta e investimentos para 2006 e, aos poucos, conseguir retomar o volume de transporte.
“A meta estabelecida para 2005 foi de 1,2 milhão de toneladas. Mesmo com a intervenção do governo do Estado na administração a previsão é chegar ao final deste ano em 1,4 milhão de toneladas. Este volume já é superior ao de 2004, onde foi alcançado 1,37 milhão de toneladas”, frisa Horácio Guimarães, diretor de Produção da Ferropar.
Guimarães reconhece que a empresa teve um ano difícil, mas afirma que a tranqüilidade da nova diretoria da ferrovia deve retomar os investimentos e alavancar o transporte na ferrovia.Quando o assunto é transporte surge outro problema. De 2004 até agora a Ferropar perdeu 350 vagões e 17 locomotivas, o que dificultou os trabalhos. “Em virtude da gestão conturbada no período de 2004, a Ferropar perdeu sua frota de material rodante.
A frota voltará ao domínio da empresa tão logo haja um ajuste de conduta entre a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) e Ferroeste [concessionária da ferrovia]. Foi acordado com a operadora contígua ao trecho o transporte relativo aos volumes de trigo, milho e soja da região. A Ferropar deverá investir em material rodante já para a próxima safra agrícola”, antecipa Guimarães.Todavia, ele não revela quantos vagões e locomotivas serão disponibilizados no próximo ano.
Problemas
No início deste ano, depois de muitos problemas que tiveram início ainda em 2004, especialmente quanto ao relacionamento com o governo do Estado, a direção da Ferropar foi alterada. Saiu Aníbal Falcão e entrou o antigo diretor, Benony Schmitz. Pouco depois, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) interditou o terminal ferroviário, devido ao descumprimento de um acordo ambiental. A ferrovia conseguiu derrubar a liminar que previa a interdição, mas recebeu novo golpe meses depois. Desta vez, o governo do Paraná interveio na administração da ferrovia e a diretoria foi afastada. A intervenção deveria durar 180 dias, mas, antes de completar três meses, a Ferropar conseguiu retomar a administração da linha.
Projetos
Em 2006, a Ferropar pretende transportar 1,6 milhão de toneladas. Além disso, segundo Horário Guimarães, a empresa irá implantar um projeto ambiental em conjunto com o IAP e a própria sociedade.
NEGOCIAÇÃO – Entendimento com o governo – O relacionamento entre a Ferropar e o governador do Paraná, Roberto Requião, sempre foi crítico. Isso porque Requião quer retomar a concessão da ferrovia e tem buscado alternativas para que isso aconteça. De acordo com Horácio Guimarães, diretor de produção, a Ferropar tem buscado um consenso com o governo do Paraná. “A Ferropar busca um entendimento envolvendo o poder concedente. Esse entendimento já está em fase bastante avançada e envolve a ANTT, Ferroeste e Ferropar. Por isso, com todos os acordos que estão sendo finalizados com a ANTT e a Ferroeste, a Ferropar investirá em material rodante, manutenção de via e melhoramento do terminal de Cascavel”, relata.
Fonte: Jornal Hoje
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