A área de relações com investidores da América Latina Logística (ALL) caiu na estrada para atrair mais acionistas pessoa física. Para deixar a empresa mais conhecida de possíveis investidores, a ALL adotou a estratégia de fazer apresentações em corretoras que focam pequeno investidor. A intenção é mostrar balanços e investimentos de forma didática, para deixar claro a viabilidade da empresa e, assim, conquistar mais acionistas.
Rodrigo Campos, gerente de relações com investidores da empresa, explica que, depois de ter vendido a maior parte de suas ações a grandes investidores estrangeiros na abertura de capital, em 2004, a ALL quer dar mais atenção às pessoas físicas. “São elas que mantêm a liquidez das ações, o que tende a elevar o valor dos nossos papéis”, diz.
Entre os principais argumentos de conquista de novos acionistas da empresa, está a lista de itens de boa pauta de governança corporativa adotada pela companhia, que faz parte do Nível 2 da Bovespa. A ALL só não está no Novo Mercado – ambiente grau máximo de garantias – porque não pode ter apenas ações ordinárias (ON, com direito a voto), por se tratar de uma companhia de concessão de serviços do governo.
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A ALL, porém, adota outras práticas além do Nível 2, como o oferecer, tanto para ações ordinárias quanto para preferenciais (PN, sem voto) o mesmo valor pago aos controladores em caso de venda da companhia, ou seja, “tag along” de 100%. O porcentual mínimo, segundo as regras do Nível 2 é de 70%.
Para os próximos meses, está prevista também a divulgação de relatórios trimestrais nos modelos internacionais, entre eles o US Gaap. Dessa forma, será possível comparar o desempenho da ALL com empresas internacionais do mesmo setor.
Segundo Campos, a empresa que monopoliza concessões ferroviárias no sul do Brasil e na Argentina e oferece transporte intermodal (porta-a-porta). Uma das metas da companhia é fazer parte do Índice Brasil 50 (IBrX-50), que contém as empresas mais líquidas da bolsa. Dessa forma, a ação seria mais procurada por fundos de ações e um número maior de aplicadores em geral.
As units da ALL – certificados formados por uma ação ON e quatro PNs – já fazem parte do IBrX-100, composto pelas cem ações mais líquidas, do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e do Itag, que compreende as empresas que oferecem “tag along”.
Ao longo de 2005, aumentaram as atenções dos analistas sobre as units da ALL. Após uma nova oferta pública e duas distribuições de ações, atualmente 67% do capital da empresa é negociado livremente na bolsa. Corretoras como a Fator, com forte presença entre pessoas físicas, passaram a oferecer análises sobre a empresa. Atualmente, a Fator Corretora considera a ação atraente, indicando preço-alvo de R$ 114,09 para a unit. Esse preço indica potencial de valorização de 5,15% para o papel, que fechou ontem cotado a R$ 108,50. Vale lembrar que a estimativa leva em conta as projeções de resultados da empresa, mas depende das condições de mercado e da procura pelo papel.
A ALL conta, ainda, com a Ágora Corretora como formador de mercado na Bovespa. Nesse papel, a corretora é obrigada a comprar e vender as units diariamente, oferecendo garantia de liquidez aos pequenos investidores.
Segundo Campos, a ALL tenta aproveitar uma onda de crescimento da procura por ações com menor liquidez na bolsa brasileira. O mercado está mais aberto, com papéis novas de setores também novos, com governança diferenciada, diz. “Está acabando um certo oligopólio na divisão dos investimentos na bolsa entre apenas poucas ações.”
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