Peças históricas estão em péssimo estado de conservação
O Museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), onde está concentrado parte do acervo da história de Rondônia, causa indignação em centenas de visitantes que passam pelo local todos os dias. O galpão em estrutura metálica está ruindo. As peças históricas estão cobertas por fezes de pombos. Mas é agora no período do inverno amazônico que a situação fica mais complicada: as infiltrações na cobertura estão por toda a parte. A água da chuva, aos poucos, destrói as relíquias guardadas no centenário galpão.
Depois da minissérie Mad Maria, gravada pela rede Globo na região, a EFMM passou a receber a visita de turistas de todos os lugares do país. Mesmo assim, parece não haver interesse por parte das autoridades em zelar pelo patrimônio. Durante a semana, o Museu recebe cerca de 120 visitantes. Este número aumenta para quinhentos aos sábados e domingos, chegando a receber aproximadamente 5 mil pessoas em um mês. Em 2005, passaram pelo local 50 mil visitantes.
O abandono chamou a atenção do seminarista Joel Xavier. Ele mora em Manaus e pela primeira vez visita a EFMM. “Fiquei impactado ao chegar aqui na ferrovia e me deparar com esta triste realidade. É lastimável que um local como este, considerado um marco não só na história de Rondônia, como do Brasil, esteja nestas condições”, ressalta Xavier. Ele conta que tirou algumas fotografias para guardar de lembrança, mas teve que escolher bem os lugares, que pudessem disfarçar o abandono.
Mas o descaso não acontece só com o Museu. Os vagões, inaugurados recentemente, estão entregues a ação do tempo. A praça da ferrovia que poderia ser um excelente ponto turístico está tomada por buracos. Quando chove, poças de lama se formam por todo o pátio. Para piorar a situação, a ferrovia está cercada pelo mato. A falta de segurança também é visível e permite a depredação da antiga estação. Os balanços construídos para as brincadeiras das crianças estão quebrados e as locomotivas vulneráveis a ação de vândalos.
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