Ferroban paga arrendamento atrasado

A Ferroban fez na sexta feira da semana passada, dia 13 de janeiro, na Caixa Ecconômica Federal, o depósito judicial de R$ 273 milhões correspondentes ao arrendamento atrasado e que estavam sendo cobrados pelo Tesouro e pela ANTT desde novembro passado sob pena da perda da concessão.
“Era o que estava faltando para completar a reestruturação”, comemorou o presidente da Nova Brasil Ferrovias (holding que compreende a Ferronorte, a Ferroban e a Novoeste Brasil), Elias Nigri. “Mas vamos continuar reivindicando os R$ 337 milhões de ações trabalhistas devidas pela Rede e que nos estão sendo injustamente cobrados”. Era contra o crédito dessas ações que a Ferroban estava querendo compensar o pagamento dos arrendamentos atrasados, reivindicação não aceita pelo Tesouro nem pela Fazenda. No entanto a aceitação do depósito judicial pelo Tesouro indica que a questão permanece.
Há ainda a questão pendente do arrendamento da Novoeste Brasil (resultante da fusáo operacional da Novoeste com a bitola estreita da Ferroban), que monta hoje a cerca de R$ 160 milhões. A Novoeste fez o depósito judicial deste valor (em títulos) e o assunto está sob julgamento. A empresa argumenta que houve desequilíbrio econômico do contrato provocado pela eliminção da preferência de que gozavam a Novoeste e as demais ferrovias no transporte de derivados de petróleo. O negócio representava 60 % da receita da Novoeste e entrou no cálculo do fluxo de caixa feito pelo BNDES antes do leilão. Elias Nigri está certo que neste caso a Novoeste terá ganho de causa.
O pagamento do atrasado da Ferroban foi feito com R$ 203 milhões já aprovisionados desde a reestruturação mais R$ 70 milhões pagos pela FCA a título de arrendamento da linha Araminas-Boavista. Demorou tanto tempo, segundo Elias Nigri, pela necessidade de convocar assembléia de acionistas e de seguir os procedimentos internos do BNDES.

Fonte: Folha de São Paulo